domingo, 16 de outubro de 2016

PARA PENSAR I

O crescimento demográfico brasileiro relaciona-se com a urbanização e industrialização. No Brasil, hoje, existem milhares de cidades e a população da zona urbana é muito superior à da rural. Por muitas razões a área urbana tornou-se supervalorizada, bem de exploração do mercado imobiliário. Devido a essas razões o tradicional e salutar espaço dos pequenos pátios tem sido suprimido nas zonas urbanas.

Segundo o censo do IBGE de 2010 a população brasileira era de 191 milhões de pessoas. Dessas, cerca de 161 milhões vivem nas áreas urbanas e apenas 29 milhões na zona rural. Até a década de 1960 a maioria da população brasileira morava no meio rural. As famílias viviam principalmente de atividades agrárias como o cultivo de cana-de-açúcar, de café e de outras pequenas produções. Já na década de 1970 os habitantes das regiões urbanas tornavam-se superiores aos que viviam no campo. Além disto, em três décadas a população brasileira praticamente dobrou, embora no período tenha havido um forte incentivo à redução da natalidade com a disseminação de anticoncepcionais. Em 1970 éramos 90 milhões e para o ano de 2050 estima-se uma população de 260 milhões de pessoas.

Os principais fatores desta mudança são: implantação de indústrias em muitas cidades brasileiras; colocação de máquinas nas atividades agrárias; concentração de terras nas mãos de poucos latifundiários; migração de pequenos proprietários para a cidade; crescimento natural da população brasileira. A mudança demográfica causou impacto em muitos aspectos econômicos, entre eles a valorização da zona urbana. No intuito de obter dela o máximo de lucro os espaços de convivência são reduzidos, insuficientes para o bem-estar das pessoas. Em razão do mercado imobiliário a casa e o pátio têm seus dias abreviados.

Em defesa do pátio, destaco suas funções para uma vida saudável. Em primeiro lugar o pátio é um espaço de liberdade e bem-estar com importância para o aspecto psicológico dos moradores de uma casa. O segundo aspecto é a razão econômica. Trata-se de um espaço de baixo custo, mas importante em termos de defesa da vida. Em terceiro, há as razões climáticas: o pátio é uma fonte de sol, de vento, de água da chuva a ser recolhida para uso doméstico; possibilita o cultivo de plantas, a criação de pequenos animais, etc. Em quarto lugar destacam-se as conotações religiosas, sendo um espaço no qual as pessoas relembram a imagem do homem no paraíso terrestre. No quinto aspecto surgem as razões culturais, pois cada povo, família ou indivíduo interpreta e usufrui de um pátio conforme as particularidades de suas tradições. Diante da tendência de valorizar tal espaço de mercado fica um questionamento de sua importância. Logo, o pátio traduz-se em muitas significações benéficas de qualidade de vida. Leia a continuidade do assunto na próxima crônica

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