terça-feira, 1 de abril de 2014

MAIS IMPORTANTE QUE A VITÓRIA É A LUTA.

A história da Grécia antiga exalta a figura de Leônidas, general e rei de Esparta, no quinto século antes de Cristo. Com apenas sete mil homens enfrentou o colossal exército de 200 mil soldados, comandados por Xerxes, rei da Pérsia. Todos diziam que era uma loucura e o aconselhavam a recuar. O próprio rei persa alertou: minhas flechas serão tão numerosas que obscurecerão a luz do Sol. Tanto melhor, respondeu Leônidas: combateremos à sombra.
Estrategista, ele escolheu o local favorável para o combate, o desfiladeiro das Termópilas. Como os persas só podiam avançar em pequenos grupos, os espartanos mataram, em três dias, cerca de 20 mil soldados inimigos. Depois, guiados por um traidor, os persas contornaram o desfiladeiro e surpreenderam o exército de Leônidas. “Entreguem as armas” pediu Xerxes. A última e desafiadora palavra de Leônidas: Venham buscá-las! Ele morreu em combate, assim como todos os seus homens.
A vida nunca é como a sonhamos. As dificuldades estão na ordem do dia. Tudo depende de como enfrentamos a dificuldade. Muitos desistem, outros fazem dela um desafio. A própria derrota não deve ser aceita como definitiva. É sempre um motivo para recomeçar com mais vigor e inteligência. E a história não guarda a relação dos insucessos, mas a vitória final. O livro da vida de cada pessoa vale pela última página. Derrotado no combate inicial Xerxes buscou outra alternativa e venceu.
A vida e o merecimento de cada pessoa não podem ser avaliados pelas vitórias obtidas. O triunfo tem um sabor especial e, normalmente, é o resultado do esforço e da inteligência. Mas o triunfo não é tudo. Mais importante que a vitória é a luta. A vitória nem sempre depende de nós, mas a luta sim. Um dia, Deus não quererá saber se vencemos, mas se lutamos. É a luta - e não a eventual vitória - que dá dignidade à vida. Leônidas tombou no campo de batalha, mas seu nome foi resgatado pelo tribunal da história.
Na Páscoa festejamos a luta e a - aparente - derrota do Senhor. Ele não preferiu o mais fácil, nem mesmo fez concessões. Subiu com decisão a Jerusalém. Foi preso, condenado e morreu na cruz. Mas a última palavra ainda não havia sido dita. Na manhã do terceiro dia Ele ressuscitou, voltou à vida para sempre. Este dado da fé é um incentivo para todos os discípulos de Jesus. É a disposição de pagar o preço exigido pelos nossos ideais. É também a certeza de nossa causa. O mal não terá a última palavra da história. Vida e ressurreição serão as últimas palavras. É uma história com final feliz.

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