sábado, 22 de março de 2014

POLUIÇÃO E MAIS POLUIÇÃO.

Passava por uma avenida, acompanhado de um casal, quando perdemos o endereço que procurávamos. Eram tantos os letreiros, cartazes, placas e indicações que levamos 10 a 15 minutos para achar a loja que procurávamos. Estava escondida no meio de milhares de mensagens. A poluição visual se caracteriza pelo excesso de mensagens. Somos obrigados a ver o que não buscávamos e temos dificuldade de ver o que procurávamos.
Dá-se o mesmo com os sons. São tantas as emissoras de rádio, tantos os programas, tantas as pessoas a nos dizerem “compre, venha, creia, ouça-nos”, que depois de um tempo acabamos nem mais manuseando o nosso rádio. Ficamos numa estação e não nos importamos mais com o que houver nas outras. Ou selecionamos quatro ou cinco e não saímos dela. O resto não existe porque incomoda-nos ter que ouvir tanta gente a nos dizer o que é certo e o que não é, o que é verdade e o que não é.
Pelas Constituições da maioria dos países, toda pessoa tem o direito de se comunicar. E todos também têm o direito de não querer determinadas comunicações. Todos têm o dever de seguir algumas comunicações do governo, do trânsito, do partido, da prefeitura ou da Igreja, mas temos que escolher para não sermos sufocados pelo excesso de verdades e de promessas.
O mundo está poluído por excesso de emanação de gases tóxicos, de incêndios e de sujeira nas ruas; excesso de cartazes, de igrejas e púlpitos e pessoas gritando na rua as verdades da sua fé; excesso de altofalantes, de automóveis com o som ligado ao máximo e de lojas propagando para todo o bairro seus produtos; excesso de som, de imagens, de certeza, de fé, de Deus, de anjos, de demônios. A falta de equilíbrio e de moderação na comunicação provoca sérios ruídos.

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