sábado, 15 de março de 2014

A FÉ NA MÍDIA

Por curiosidade tomei tempo e resolvi zapear as emissoras FM que entram na nossa região, pelo rádio do meu carro. Contei 31 emissoras, 14 delas com programação religiosa. Fiquei pensando no que há de bom e de mau em haver tanta gente anunciando soluções para os ouvintes, porque é isso o que quase todas fazem.
“Nossa loja é a melhor, temos os melhores produtos, melhores e mais baratos, conheça a melhor igreja, aqui tem mais Jesus, aqui há mais fé, mais milagres, mais curas, temos os melhores ternos, vestidos e sapatos, nosso banco é mais camarada, compre aqui que levará mais vantagem...”.
Todos se oferecem como lugares e grupos de solução. Fiquei ouvindo suas promessas e garantias de melhor produto e mais eficiência. Entendi, então, que esta é a era do marketing exacerbado. Vende mais e consegue mais quem mais se exalta e se enaltece.
O discurso de todos é muito parecido e repetitivo, alguns notoriamente vazios. Vivem de frases feitas e slogans. Também as igrejas.
Não há como deixar de perceber que se trata de marketing e religião demais. Como em imensa avenida repleta de painéis e propagandas, já não se percebe mais nem os prédios nem as pessoas. Tornamo-nos um país de letreiros, luminosos e apelos para comprar, aderir e vender. As mensagens perderam a isenção.
A maioria dos pregadores ou divulgadores deixa entrever quer só com eles é possível conseguir o melhor. Certamente, não é um tempo de modéstia.

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