quinta-feira, 20 de março de 2014

MEDIUNIDADE

O conhecimento humano é ainda muito pequeno, especialmente em se tratando da pessoa humana. O mundo exterior está sendo mais fácil. As coisas são como são e pronto. Mas o mundo humano é como o tempo. Muda a todo momento. Na caminhada humana não há duas situações que se repetem, nem dois momentos iguais. O ser humano, desde a sua concepção até a morte, permanece um mistério, que somente um Deus que elaborou esse complicado e maravilhoso mundo pode entender. Nenhuma criatura humana se entende totalmente, nem a si e nem a seu semelhante.
Assim acontece com o fenômeno chamado de mediunidade. Humanamente, filosoficamente, teologicamente e cientificamente é impossível uma mediunidade, como um jogo de espíritos entre as pessoas. Não somos joguetes de ninguém. Somos únicos e irrepetíveis. Somos uma identidade eterna. Mas, como é mais fácil buscar explicações externas e até atirar a responsabilidade em outras entidades, criam-se teorias para tentar explicar esses mistérios.
Sou médium de fora para dentro. Há um mundo exterior e um mundo interior. Sabemos que pelo fenômeno do registro automático da memória nada foge de nosso interior. Tudo fica registrado, desde a concepção até o momento de nossa morte. Nosso corpo, com todos os seus sentidos, se torna o meio de levar tudo o que vemos e ouvimos, tudo o que sentimos e percebemos. Nosso inconsciente se torna como um depósito de tudo o que se passa ao redor e dentro de nós. Tudo é registrado, tanto o conteúdo positivo como o negativo. E um dia tudo isso vai se manifestando e se transformando em nossos atos e realizações. Vai se transformando em artes e sonhos, em medos e entusiasmos, em fracassos e sucessos. Nosso corpo é o “médium” que leva tudo para dentro de nós e ali tudo vai sendo elaborado.
Sou médium de dentro para fora. Meu corpo se torna o meio da manifestação de meu inconsciente. Sou como uma máquina projetora que coloca na tela da vida todo o conteúdo interno. Meu inconsciente, se estiver cheio de coisas boas, vai fazer de minha vida realização, serenidade, coragem e sucessos. Se estiver repleto de conteúdo negativo, colocado ali por uma educação errada, vai me projetar no dia-a-dia da vida em pessoa medrosa, agressiva e violenta, com pesadelos e medos; em pessoa que não consegue se realizar, nem no trabalho e nem nas relações. E não há espíritos que vão se manifestar em mim, nem em sonhos e nem em vozes, nem em imagens e nem em doenças. Meu corpo, com sua maravilha de comunicação, será o médium que projetará fora de mim todo o conteúdo de meu inconsciente.
Sou um médium para as pessoas. Que bom poder ter dentro de mim toda a bondade e ternura do mundo. Toda beleza e grandeza da vida. Todo poder da fé e da esperança, toda a grandeza de Deus, através do meu corpo, de meus olhos e voz, de meu rosto e de minhas mãos, de minhas atitudes e decisões, ser um médium de mim mesmo para enriquecer a outros seres humanos, carentes como eu, de vida em plenitude.

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