segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NOVO TABACO PARA PRODUZIR BIO DIESEL

Em Rincão Del Rey, terceiro distrito de Rio Pardo (RS), está acontecendo a colheita do primeiro tabaco energético da América Latina. Voltada para a produção de biodiesel, a planta tem baixíssimo teor de nicotina e é rica em óleo. Ao contrário de outras variedades, quando o importante são as folhas, a do tabaco energético são aproveitados os grãos (cápsulas) ver quadro.
O objetivo é proporcionar diversificação e alternativa para o produtor de tabaco com o aproveitamento das sementes para a fabricação de óleo vegetal e, consequentemente, de biodiesel ou bioquerosene de aviação, ração animal e biomassa para geração de energia. 
O tabaco energético foi desenvolvido pela empresa italiana de biotecnologia Plantechno. No fim de 2011, a variedade foi plantada em 10 hectares na propriedade de Nelson Tatsch”, que é produtor de grãos (soja, milho, canola, aveia).
Em parceria entre a M&V Participações e a Sunchem, a primeira colheita de porte para processamento industrial começou em outubro deste ano. Neste momento, está ocorrendo a segunda coleta nos mesmos pés. “Pretendo fazer a terceira colheita no início de 2013”, revela Tatsch ao CR. 
Para conhecer a resistência da planta de tabaco energético, esta lavoura teste foi desenvolvida no período contrário ao recomendado para a planta do tabaco. As mudas foram transplantadas nos meses de abril e maio e resistiram às geadas nos dias 6 e 7 de junho, bem como às condições impostas pelo inverno gaúcho. “Apesar dos desafios climáticos, a planta do tabaco energético cresceu e produziu as sementes esperadas em condições adversas nas quais a planta de tabaco para fumo não sobreviveria", destaca. Ainda não existem dados conclusivos sobre a produtividade, mas há reconhecimento sobre a planta ser muito robusta. 
De acordo com o coordenador do projeto, economista Sérgio Campos de Morais, a produção da nova planta pode ser intercalada com a safra convencional, já que é mais resistente. “A expectativa dos pesquisadores é que os fumicultores plantem as duas variedades”, afirma. 
A produção é vista com otimismo pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil, Benício Werner. O dirigente entende que, além de ampliar práticas agrícolas, o tabaco energético é uma boa alternativa para reduzir a dependência da principal matéria-prima para a fabricação do biocombustível, a soja.
A Sunchem já aplicou R$1,5 milhão no país e pretende investir mais R$ 20 milhões nos próximos 10 anos. “Nosso plano é construir a primeira indústria no Sul do Brasil - Sunchem South Brazil - com produção de 250 mil toneladas do tabaco energético ao ano”, adianta o sócio executivo da M&V, Sérgio Detoie Cardoso Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário