segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

MUITO BLÁ-BLÁ-BLÁ E RESULTADO ZERO

A tentativa de obter um novo acordo na luta contra o aquecimento global avançou pouco. A Conferência do Clima, a COP-18, encerrada no sábado 8, em Doha, Qatar, repetiu resultados pífios de tantas outras. Isso depois do adiamento para aproximar os delegados de 190 países de um acordo e da fixação de metas só para países em desenvolvimento, responsáveis por 15% das emissões de gases do efeito estufa. 
Alguns componentes colaboraram para este desfecho. Entre eles estão o flagrante desinteresse em acelerar decisões por parte do país anfitrião, o Qatar, maior emissor de C02 per capita do mundo; a ambição concentrada apenas no surgimento do Ato II do Protocolo de Quioto a partir de janeiro do ano que vem – com defecções previamente anunciadas; e a restrição de abrangência, tornando-a praticamente simbólica devido à retirada de países importantes econômica e politicamente.
Durante doze dias de reuniões e pouca evolução, com debates extensos e inócuos, o mundo seguiu sentindo os efeitos do descontrole da emissão de poluentes. Um dos estudos apresentados revela que, a se manter o atual ritmo de crescimento das emissões de CO2, a mais de 3% anuais, o aumento da temperatura pode superar 5ºC em 2100.
As notícias da degradação ambiental proliferaram em outras áreas. Uma delas envolve o Brasil: entre 2000 e 2011 a Amazônia perdeu 240 mil quilômetros quadrados de florestas. A área equivale ao Estado de São Paulo, ou a 85% do território do Rio Grande do Sul.
O COP-18 estendeu o Protocolo de Quioto até 2020 e sinalizou outra reunião, em 2015, na França. Adiar medidas tem sido a rotina dos encontros sobre meio ambiente. Enquanto isso, o planeta sofre com mudanças climáticas, um desafio que só será superado se o coletivo predominar. Doha representou mais um capítulo do livro que traz várias maneiras de não adotar medidas urgentes fazendo de conta que se tomam decisões importantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário