segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

APENAS COM A CORAGEM

Falar de um dia histórico de alguma maneira não expressa a verdade sobre o que vitória da noite de sexta realmente quer dizer para os egípcios. Com o mero poder da vontade, com coragem frente à odiosa polícia de segurança de Mubarak, com a compreensão de que às vezes é preciso lutar para derrubar um ditador com algo mais do que palavras e facebooks, com o ato de lutar com punhos e pedras contra policiais com armas, gás lacrimogêneo e balas de chumbo, conseguiram o impossível: o fim – e devem pedir ao seu Deus que seja permanente – de quase 60 anos de autocracia e repressão, 30 deles com Mubarak. Os árabes, difamados, amaldiçoados, abusados racialmente no Ocidente, tratados como atrasados e sem educação por muitos dos israelenses que queriam manter o governo às vezes selvagem de Mubarak, decidiram se rebelar, abandonaram seu temor e derrubaram o homem que o Ocidente considerava um líder “moderado” que fazia o que quisessem a um preço de 1,5 bilhões de dólares por ano. Não são apenas os europeus do leste que podem tolerar a brutalidade.

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