quinta-feira, 25 de agosto de 2016

MAIS UMA VEZ O AMOR.

Há milhares de anos a humanidade proclama que o amor é a mais poderosa força do mundo. Isto na teoria. Na prática, continuamos apostando no ódio, convencidos que ele é mais dinâmico que o próprio amor. Os historiadores garantem que já aconteceram mais de três mil conflitos, de diferentes proporções, desde que a humanidade saiu das cavernas e construiu um tacape para acabar com o inimigo. A partir daí foi aperfeiçoando seus instrumentos para matar. Imaginou a flecha, descobriu a pólvora, fabricou a absurda bomba atômica e desembocou para a guerra cirúrgica.

O Papa Francisco advertiu ao mundo que estamos em guerra, uma guerra fragmentada, mas nem por isso menos mortífera. Ela não tem hora ou local para atacar e o pretenso inimigo não tem nome. Acima das pessoas coloca-se uma causa por mais duvidosa que seja. Nações ou grupos continuam acreditando na velha máxima, que jamais deu certo: se queres a paz, prepara a guerra. E com isso motivou-se o infernal ciclo da violência. Já Mahatma Gandhi advertia que a lei do olho pelo olho, dente por dente nos deixaria todos desdentados e cegos.

O que fizemos do amor? O deixamos para a literatura romântica ou para alguns poemas adocicados. Mas no horizonte da humanidade surgem pessoas, por muitos consideradas politicamente incorretas, que acreditam no amor. É por isso, como numa espécie de mea-culpa, que lembramos Francisco de Assis, Gandhi, Luther King, Teresa de Calcutá... São muitos que os admiram, poucos que os seguem. Agora, a humanidade olha com admiração para o Papa Francisco, o profeta, o peregrino do amor e da paz.

Ao instituir o Ano Santo da Misericórdia, o Papa aponta para o remédio necessário para uma humanidade doente, envenenada pelo ódio. A misericórdia, irmã gêmea do perdão, é uma antiga receita que brota do Evangelho. O último olhar de Jesus na cruz foi um gesto de misericórdia para com os que o crucificaram: Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem.

Hoje, a guerra é feita por mil motivos, inclusive em nome da fé. De uma maneira ou outra existem também o interesse econômico e a ganância de grupos ou de nações. E o fim de uma guerra não traz a paz. Pelo contrário, traz as sementes de um novo conflito.

No final da Grande Guerra, num cemitério com milhares de cruzes, sem nome, assinalando soldados mortos de ambos os lados, foi colocada a figura de Jesus, rosto entristecido, com esta frase: “E eu, que tanto lhes havia pedido, que se amassem uns aos outros...”.

A paz do mundo não está em nossas mãos, mas começa em nosso coração. É preciso crer na aparente fraqueza do amor
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