sexta-feira, 8 de julho de 2016

A VIDA EM TRÊS MOMENTOS.

Todos nós, conscientes ou não, caminhamos envolvidos pelas ondas do tempo. Simples e misterioso, o tempo está sempre presente e, ao mesmo tempo, se esconde. Todos sabemos o que o tempo é, mas não sabemos explicar, quando nos perguntam. Impossibilitados de definir o tempo, nós o fatiamos. E por isso falamos em passado, presente e futuro. Falamos de horas, dias, meses, anos e séculos, a partir da corrida louca de nosso planeta Terra ao redor da majestade do Sol.

Mesmo assim, podemos situar três momentos em nosso agir: antes, durante e depois. A sabedoria é saber qual o peso dar a cada um desses momentos. Por vezes, é o antes, outros vezes o durante, em outras situações vigora a majestade do depois. Embora o tempo seja precioso - dizem que vale ouro -, a pressa não ajuda na realização desses três momentos.

O casamento pode ser um bom demonstrativo. Antes é o namoro, os preparativos, os sonhos; durante é o menos importante dos três, é um momento breve e fugaz; o depois é para sempre. O Evangelho orienta sobre o antes e recomenda construir sobre a rocha. Neste caso, a rocha contrapõe-se à areia. Construir sobre as areias é mais cômodo, é fácil e rápido. São, sobretudo, as razões do coração.

Nós nos amamos e isto basta, proclamam os namorados. No encanto mágico do amor primaveril, não acreditam que o inverno pode vir. O antes, sobretudo para os que vêm no matrimônio, um sinal sagrado, é o momento de visualizar um projeto orgânico definitivo, onde as realidades práticas da vida a dois são contempladas. Este período não pode ser muito apressado. O amor pode ser à primeira vista, mas é a reflexão que o faz amadurecer.

Aí chega o sonhado dia do durante, a festa de casamento. A longa preparação, com mil detalhes, nem sempre de bom gosto, se esvai em meia hora. Depois vem festa, os comentários, a lua de mel...e o depois. O depois, que precisa ser construído no dia a dia, com renúncia e paciência. Se o antes e o durante aconteceram no céu, o depois acontece na terra.

O mesmo critério vale para o Sacramento da Reconciliação. Existe o antes, momento de avaliação, que precisa ser sereno e realista, existe o durante, quase uma formalidade. Significa dizer que ele quer, ele vai mudar. E existe o depois, que é o tempo dos frutos. Nosso coração é importante, devemos levá-lo sempre conosco, mas não podemos esquecer a razão. Vale para o casamento, para a conversão, para a arte de viver

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