segunda-feira, 14 de março de 2016

O TEMPO.

Com o término do chamado horário de verão, ganhamos uma hora a mais. Na realidade, não ganhamos, mas nos devolveram um hora roubada no início da estação. Diferente é o ano bissexto, quando realmente ganhamos um dia a mais. Uma pergunta curiosa: o que fizemos - ou faremos - desta hora e deste dia a mais?

A pergunta precisa levar em conta o ‘tempo’. Ele é abstrato e concreto. Falamos de perder tempo, ganhar tempo, recuperar o tempo perdido, passar o tempo, avaliar quanto tempo ainda temos. É algo bem concreto e nós o manejamos todo dia. Mas também é abstrato, invisível, inelástico. Lembrando o velho Santo Agostinho: todos sabemos o que é o tempo, mas não sabemos explicar quando nos interrogam.

Concreto ou abstrato, o homem, desde o tempo das cavernas, tentou medir e calcular o tempo. Há, pelo menos, 3.500 anos, surgiu o relógio do sol. Depois, o relógio de areia - conhecido por ampulheta. Por volta de 1504, um certo Peter Henlein fabricou o primeiro relógio de bolso. O relógio de pulso é recente - 1904 - obra de Louis Cartier. A última palavra é o relógio atômico - 1956 - que atrasa poucos segundos a cada 100.000 anos.

Ao lado dos diversos tipos de relógios apareceram os calendários, espécie de atacadistas do tempo. Logo surgiram os conflitos entre o tempo real e o virtual. O imperador Júlio Cesar pode ser considerado o pai do ano bissexto, que acontece, de maneira geral, a cada quatro anos. O sexto dia, antes das calendas de março, era repetido. O calendário Juliano durou séculos e foi substituído pelo atual calendário Gregoriano, do Papa Gregório XIII. Naquele ano - 1582 - o calendário deu um salto: passou da quinta-feira 4 de outubro para a sexta-feira dia 15. Literalmente, foram acertados os relógios e os calendários.

Medimos, mas não dominamos o tempo. Passado, presente e futuro - ontem, hoje e amanhã - são maneira de situar nossos gestos. Os teólogos falam do tempo como o espaço do amor de Deus. Todas as horas, todos os dias são iguais. Depende como nós os ocupamos. O imperador-filósofo, Marco Aurélio (120 a 160 dC) costumava dizer “Perdi o dia”, quando não tivesse feito uma boa obra.

O tempo é um presente de Deus. Ele o concede para nosso amadurecimento humano e espiritual. É com o tempo que preparamos a eternidade. A misericórdia de Deus é infinita, mas o nosso tempo é limitado. Uma hora, um dia, podem fazer a diferença.

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