sexta-feira, 18 de março de 2016

BASTA QUERER

Sempre gostei de plantações de milho. Minha mãe chegava quase a contemplar o germinar das sementes. Depois de uma chuvarada, ela dava umas voltas na lavoura para observar o crescimento das plantinhas. Dias atrás, passamos por uma grande extensão, onde o milharal estava muito bonito, promessa de ótima colheita. Enquanto meu olhar quase se perdia naquela verdadeira imensidão de alinhadas plantas, recordei de uma história sempre atual, que inspira e provoca boas lembranças.

“Um determinado fazendeiro produtor de milho, já por muitos anos recebia o prêmio de melhor produtor de milho num determinado concurso da sua cidade. Uma vez, um repórter o entrevistou e aprendeu algo interessante sobre como ele fazia seu cultivo. Descobriu que o fazendeiro compartilhava a semente do seu milho vencedor com os vizinhos. Intrigado, o repórter perguntou: ‘como pode você se dispor a compartilhar sua melhor semente de milho com seus vizinhos, uma vez que eles estão competindo com você todo ano?’ O fazendeiro respondeu: ‘então você não sabe? É que o pólen do milho maduro é levado através do vento de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização continuada degradará a qualidade do meu milho. Assim, se eu desejar cultivar milho de boa qualidade, tenho que ajudar meus vizinhos a cultivar milho bom.’”

Querer o melhor para os outros é uma atitude sábia. Quem deseja e faz o bem está apto para receber o próprio bem. O egoísmo tem prejudicado e interrompido muitos laços. São infindas as histórias de intrigas e de divisão familiar. Os desentendimentos entre vizinhos provocam estragos emocionais e físicos. A espontaneidade é a grande prejudicada por verdadeiras batalhas, onde o poder e a ganância se revezam, dissipando o bom senso e o respeito. O amor cede facilmente lugar para o ódio e o rancor.

Assim como o pólen do milharal multiplica a qualidade e quantidade da produção, que a convivência humana seja resgatada de forma criativa. A paciência aguarda por mais espaço, o perdão está em prontidão para instigar a expansão da paz. O amor quer ser multiplicado, impactando diretamente na eliminação da vingança que só faz estragos. A felicidade aspira por menos apego e maior afago. Há muitos laços que ainda podem provocar intensos abraços. Basta querer.

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