sábado, 26 de junho de 2010

NOSSA VIDA E O FUTEBOL

“É um jogo entre as equipes do bem e do mal, nosso coração é a bola chutada, por um ou outro rival”. São muitas as semelhanças, mas há também diferenças, entre os 90 minutos e a vida.

É uma luta sem tréguas, entre o bem e o mal. É uma vigorosa perseguição ao objetivo. As jogadas são lógicas - são escolhas - certas ou erradas que preparam os sucessos e insucessos. Mesmo quando o resultado não aparece logo, a luta continua. Quanto maior a dificuldade, maior deve ser o esforço. A pior atitude é a omissão, porque favorece o adversário.
No futebol é importante a equipe. Ninguém joga sozinho e ninguém vence sozinho. A vitória resulta do esforço de toda a equipe. As funções são diferentes, mas o objetivo é comum. Nem todos dão para tudo. Cada um deve escolher e aprimorar sua tarefa. O treinamento deve ser constante. Não podemos esperar o dia do grande jogo de braços cruzados. O treinamento diário prepara a decisão.
Como no futebol, a vida tem direitos e deveres, tem normas fixas. No futebol, as decisões são do juiz e bandeirinhas. Na vida, o juiz se chama consciência e está dentro de nós. Mesmo assim devemos acolher as sinalizações dos companheiros.
No futebol, o momento mágico é o gol. O herói é festejado. Mas ele não fez tudo sozinho. Soube aproveitar o esforço dos companheiros e, por isso, o gol não é apenas dele. É da equipe. Nem sempre, na vida e no futebol, lembramos os abnegados, que não aparecem nos momentos principais, mas possibilitaram esse momento. Tem tanto valor o que faz o gol como aquele que evitou o gol adversário. Na luta da vida, a suprema dignidade é dada pelo serviço. Vence aquele que “aceita perder” como garante o Evangelho (Lc 9,24). Aquele que serve coloca o outro em primeiro lugar.
Se há semelhanças, há também diferenças entre vida e o futebol. Na vida, o valor maior não é o triunfo, mas a luta. Deus nunca perguntará se vencemos, mas se lutamos. No estádio, existem diferentes categorias de pessoas: os atletas, o juiz, bandeirinhas, torcedores, que aplaudem ou vaiam. Na vida, todos nós participamos da luta. Mais do que vaiar os que jogam mal ou aplaudir os que jogam bem, cada um é responsável pelo que faz ou por aquilo que não fez. No futebol, quando faltam poucos minutos, para o time que está perdendo por três ou quatro gols, não tem mais jeito. Na vida, podemos virar o placar em qualquer momento. No alto da cruz, o bom ladrão virou o jogo no minuto final. No futebol é perigoso esperar pelos minutos de prorrogação. Na vida não tem prorrogação. Quando soa o apito final - no futebol e na vida - vale para sempre o resultado do jogo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário