quinta-feira, 23 de outubro de 2014

TER O MÍNIMO NECESSÁRIO E ESTAR SATISFEITO.

O universo tem dono. Não tem donos. O dono é um único ser. Como gesto de caridade e solidariedade, como expressão de partilha de vida, reparte a si mesmo em cada criatura humana. O Dono tudo empresta. Não faz negócios.

A grande maldade das pessoas é tomar atitudes de donas. É querer tornar-se proprietária do que não é seu. Ali está o fundamento de todo o pecado. É querer mudar a atitude de criatura por Criador. De servo por patrão.
É uma pena que nós, pequenas e limitadas criaturas, não podemos gritar a verdade para os ladrões e corruptos, para os apegados e gananciosos. Mas podemos provocar mudanças perto de nós e em nós. Podemos rever nossas atitudes de apego e de ganância. Muitas pessoas vivem o apego e o desejo de possuir tudo o que podem.
Há um sentimento geral na sociedade de insatisfação e de vazio. A insatisfação surge da mente e de pensamentos sempre voltados para o mundo material. Desse contínuo apego ao mundo material nasce o desejo e o desejo gera a inquietação. Essa é a causa da insatisfação do coração humano na sociedade atual. Está insatisfeita com o que tem, com o que ganha e com os sonhos que não consegue realizar.
Diante desta realidade coloco-me como um aprendiz da vida. Coloco-me como um observador dos fatos e como cada um vai escolhendo e selecionando o que ajuda a viver e o que estraga a vida humana.
A história da humanidade mostra que tudo o que é material se torna cinza. Nada é eterno. Os sábios e filósofos, os pensadores e os mestres são um ponto de referência na sociedade daquilo que vale levar adiante.
Há um critério no senso comum que deixa bem claro quem é a pessoa rica e quem é a pessoa pobre. Quem consegue ter uma vida satisfeita com o que tem e o que não tem. O homem rico é aquele que, tendo o necessário, está satisfeito com o que tem. O homem mais pobre é aquele que, mesmo tendo muito, está insatisfeito com o que tem. A maioria das pessoas que vivem em nossa cidade e vizinhança têm o suficiente para viver, mas estão insatisfeitas com o tipo de vida que levam. Por isso, a pessoa rica, que na sociedade se torna um sinal de bom senso, é aquela que tem o necessário para viver bem e se contenta com essa situação.
Toda essa realidade leva a uma reflexão: qual a razão da ladroagem e corrupção política? Qual o motivo da violência dos roubos de todo o dia? Qual a razão das mentiras e enganos sociais? Qual a causa de injustiça entre vizinhos e parentes, entre companheiros de trabalho e esporte?
Uma nova atitude é necessária e urgente, atitude ali na vizinhança, com o viver de cada dia. Devo começar aqui a fazer minha parte. Devo fazer minha parte na descoberta pessoal, na esperança que o outro faça sua parte, sem esperar pelos vizinhos e pelas autoridades. Cada um fazendo sua parte o todo fica realizado.

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