sexta-feira, 17 de outubro de 2014

TEMOS CAPACIDADE DO MELHOR E DO PIOR. DEPENDE NAS NOSSAS ESCOLHAS.

Um guerreiro, coberto de ouro e de glórias, ao perceber o avançar dos anos, começou a dar importância maior à dimensão espiritual. Dirigiu-se a um monge e pediu: ensina-me sobre o céu e o inferno. Franzino, cabelos brancos, olhar sereno, o monge disse a ele: eu nada poderei lhe ensinar, você é uma pessoa imunda, insuportável e má; sua espada está manchada de sangue e injustiça! O guerreiro, ofendido e revoltado, disse: prepare-se para morrer, vou decapitá-lo! E o monge, com tranquilidade, explicou: veja seu orgulho e seu ódio: aí começa o inferno.
O guerreiro retirou-se, mas a figura serena do homem de Deus o havia impressionado. E, algum tempo depois, retornou. Admitiu que estava errado e, humildemente, pediu perdão. E o monge esclareceu: aí começa o céu!
Céu e inferno estão dentro de nós. Luz e treva, amor e ódio, generosidade e egoísmo misturam-se em nossa vida. Temos a capacidade do melhor e do pior. Tudo vai depender de nossas escolhas no dia a dia. Não apenas das grandes escolhas, mas também dos gestos mínimos e aquilo que os motiva. A ira, a intolerância, o egoísmo, a mentira, o ódio, a indiferença, a omissão dormem dentro de nós e podem ser despertadas por qualquer motivo. Dentro de cada um de nós existe um pecador sempre pronto a entrar em ação. Igualmente dentro de cada um geme um santo, capaz de gestos sublimes.
Um avô explicava ao neto: dentro de nós convivem dois lobos, um bom e um mau, e vivem brigando. Quem vence, quis saber o neto? Vence aquele a quem mais damos comida. Outra comparação: um anjo e um diabinho moram em nosso interior. Vivem em eterna briga. O anjo nos indica o caminho do bem, sempre mais difícil. O diabinho aponta para o comodismo, para o mais fácil, para aquilo que traz vantagens no momento.
Na vida formamos hábitos, bons ou maus. E o hábito se constitui numa segunda natureza. Com o tempo, esses hábitos assumem o comando de nossa vida. Há pessoas que parecem ter facilidade em fazer o bem. Ao contrário, há pessoas que fazem o mal constantemente. São os hábitos - bons ou maus - que assumiram o comando de uma vida.
Passamos a vida semeando. Podemos escolher a semente que jogamos no solo. Porém, cedo ou tarde, virá a hora da colheita. Quem semeia espinhos, espinhos colherá, mas quem semeia flores, com certeza, irá colher flores. Aquele que nada semeia, nada colherá. Temos liberdade para escolher as sementes que vamos semear, mas estamos condenados a colher os frutos das sementes plantadas.
A eternidade é uma casa que estamos construindo agora, para habitar depois. Céu e inferno são dimensões futuras, que estamos construindo agora. Deus não mandará ninguém ao inferno, nem recompensará ninguém com o céu. Ele respeitará nossas decisões. Mesmo assim, fará tudo para reverter as decisões infelizes. A cada momento podemos mudar. Podemos deixar o caminho que leva ao inferno e entrar no território do céu. Inferno é solidão e egoísmo, céu é amor. Ambos começam nesta vida.

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