quinta-feira, 9 de outubro de 2014

NÃO ME ARREPENDO DE NADA.

Quase nada neste mundo sucede exatamente como planejamos. Porque o primeiro cônjuge não era exatamente o que dele se esperava, hoje há milhões de pessoas divorciadas, algumas pela terceira ou quarta vez. Porque determinada Igreja não era como esperavam, muitos mudaram de Igreja ou fundaram outra, da qual também muitos saíram porque a nova Igreja também não era como se esperava.
O emprego, os partidos, os políticos, os times e muitas vezes os amigos e filhos não são exatamente como esperamos. E Deus também não é como milhões de fiéis o idealizaram. Por isso, também tantos mudaram de Deus, ou de conceito.
As coisas são o que são e como são. Nós é que muitas vezes gostaríamos que fossem de outro jeito. Em alguns casos, até podemos ajustá-las ao nosso gosto, mas, na maioria deles, quanto mais as ajustamos mais desajustados ficamos.
Há roupas que simplesmente não nos servem. Não adianta forçar. Não há como ajustá-las sem destruí-las. Talvez devêssemos emagrecer e perder um pouco de nós, para que coubéssemos nelas. Talvez seja isso mesmo: não é a roupa que cabe em nós, somos nós a caber nela; não é o mundo que cabe em nós, somos nós que ainda não achamos o nosso lugar ou se achamos não nos damos bem com o lugar que achamos.
O ser humano tem o direito de não gostar disso ou daquilo, mas, quando perde a noção do ridículo e acha que tudo - Deus, Igreja, partido, família, amigos, amores, emprego e time - precisa se ajustar a ele porque não pretende mudar, o desajuste evidentemente é dele.
É natural que o mundo e os outros não caibam na nossa cabeça. Nossa cabeça é pequena demais para tanto conteúdo. Afinal, somos apenas um “eu” no meio de quase sete bilhões de “outros”. Se teimarmos em exigir que tudo e todos caibam na pequeníssima dimensão do nosso eu, estaremos erradamente dimensionados.
Tenho dito isso a alguns jovens e adultos teimosos que acham que é virtude alguém fazer tudo do seu jeito e navegar sempre na oposição. Talvez o dito do qual mais devamos nos arrepender é o tristemente famoso “não me arrependo de nada”. Não mesmo?

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