quinta-feira, 26 de julho de 2018

UM POUCO DE DARWIN

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Meus amigos biólogos e teólogos que me corrijam se estiver falando alguma asneresia (cruzamento de asneira com heresia), mas a ideia básica da chamada teoria da evolução, em oposição ao criacionismo, é que a vida, em todas as suas manifestações, vem mudando ao longo de um tempo que vai muito além dos seis dias bíblicos de labuta criativa que culminaram com a aposentadoria do Senhor no sétimo dia.

Se o Temer souber disso...

O naturalista britânico Charles Darwin, para horror dos religiosos fundamentalistas do seu tempo e de hoje, foi além, afirmando que todos os seres vivos podem ter sua descendência rastreada a um ancestral comum que, no caso de nós, humanos, não seria exatamente o doutor Adão e sua senhora, Eva.

Darwin também defendeu a tese da seleção natural, segundo a qual características herdáveis que contribuem para a sobrevivência se tornam mais comuns em uma população ao longo do tempo.

Resumindo: gaviões comem ratos. Ratos brancos são mais visíveis numa paisagem verde, ratos cinzentos se camuflam melhor. Gaviões comem mais ratos brancos. Ratos cinzentos tem mais chance de transmitir seus genes à próxima geração. CQD!

Darwin desenvolveu suas teses ao longo de uma viagem de 1831 a 1836, ao redor do mundo, a bordo do navio HMS Beagle. Foi-lhe especialmente útil a parada nas ilhas Galápagos, um arquipélago isolado, localizado no Oceano Pacífico a cerca de mil quilômetros da costa da América do Sul e que faz parte do território do Equador. Ali, entre tentilhões e iguanas, ele deu forma à teoria que seria publicada no livro “A origem das espécies”.

Desculpem a viagem, mas adoro História.

O britânico mostrou que sobrevivem melhor não exatamente os mais fortes, mas os mais adaptáveis. Dinossauros eram imensos e fortíssimos, mas não se adaptaram às mudanças no clima provocadas, provavelmente, pelo impacto de um meteoro gigante contra a Terra há cerca de 65 milhões de anos.

Mais próximos de nós, mamutes, tigres de dentes de sabre, preguiças e tatus gigantes foram extintos há pouco mais de cinco mil anos. Eram pesos pesados que reinavam nos cinco continentes mas viraram esqueletos fósseis em museus.

Já o bicho homem, a espécie mais adaptável da natureza, começou sua trajetória como hominídeo, uma família que incluiria o gênero australopithecus e também o gênero humano, que teria vivido de 4,2 a 3,9 milhões de anos atrás. Em seguida veio o australopithecus afarensis, que possivelmente habitava a Terra de 3,9 a 3 milhões de anos.

Eis que, senão, quando, para grande espanto malafáico, aparece o homo habilis, que viveu há 2,4 a 1,5 milhões de anos, fabricando instrumentos grosseiros de pedra e madeira, além de desenvolver uma linguagem rudimentar.

Desse homo habilis teria descendido o homo erectus que, como diz o nome, caminhava definitivamente sobre dois pés, habitando a África e depois alcançando a Europa, a Ásia e a Oceania, por volta de 1,8 milhões e 300 mil anos atrás. Esse nosso parente mais que habilidoso dominou o fogo, passou a cobrir o corpo para se proteger do clima, fabricava e utilizava ferramentas e instrumentos mais precisos e sofisticados. Elaborou melhor sua linguagem, organizou-se em tribos, criou rituais religiosos, funerários inclusive, aludindo à crença numa vida após a morte, arriscou-se nas artes rupestres e seguiu em frente, em sua caminhada evolucionista.

Enfim, há 300 mil anos surge o homo neanderthalensis, que conviveu com o homem moderno, o homo sapiens, que se consolida, segundo pesquisadores, há 120 mil anos.

Hoje, homo sapiens, sapiens; o homem que sabe que sabe... Somos nós!

Será?

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