sexta-feira, 20 de julho de 2018

EM QUESTÃO DE MINUTOS

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A instantaneidade perpassa e invade os recantos do mundo. O que aconteceu em nossa rua, em questão de minutos, todos ficam sabendo. As redes sociais são ágeis, rápidas e práticas. Nestes dias, procurei ficar atento ao desenrolar dos fatos do grupo de meninos, com seu treinador, presos, por causa de uma enchente, numa caverna na Tailândia. O desfecho aliviou o coração de todos. As manifestações de solidariedade surgiram de todos os lados. Pensei comigo mesmo: o mundo não está perdido, ainda bem. A dor alheia consegue, independente da distância, tocar na sensibilidade de todos aqueles que ainda se importam com o valor e o sentido da vida. Um dia depois do resgate, recebi uma síntese, em forma de mapa conceitual, que trazia presente o aprendizado que o resgate daqueles meninos proporcionou. O enredo dos fatos que envolveram o salvamento daquele grupo é, sem dúvida, iluminador. Sou da opinião de que não basta tomar conhecimento dos detalhes de uma informação, mas estar aberto para aprender algo novo ou confirmar o que já era de conhecimento pessoal ou público.

Em pouco tempo, especialistas em mergulho e socorristas dos Estados Unidos e do Reino Unido se juntaram à equipe tailandesa de resgate, tendo como meta encontrar aquele time de futebol com seu treinador. A solidariedade ainda é capaz de derrubar barreiras e salvar o que existe de mais precioso, a vida. Não importa onde estamos, só precisamos de vontade e disponibilidade para ajudar quem necessita. Após nove dias, o grupo foi encontrado com vida, apesar de não terem consigo nenhum alimento. Água e comida são fundamentais, mas o que nos mantém mesmo é a vontade de viver. O mergulhador e triatleta Samam Kunan, levou mantimentos ao grupo. Porém, ao retornar acabou falecendo. Provavelmente o socorrista sabia dos riscos, mesmo assim foi em frente pelos meninos, queria ajudar, fez a sua parte, doou a própria vida. Gastar os dias, as energias e a criatividade em prol da existência dos outros é mais do que altruísmo, é um ato divino.

As horas iam passando, os dias também. No lugar do desespero, os meninos e seu técnico enviaram cartas de otimismo, em tom descontraído, para suas famílias. Calma e entusiasmo serão sempre grandes aliados frente à realidade desesperadora. O próprio técnico, numa das cartas, pediu desculpas aos pais por estar causando tanta dor e transtornos. Por fim, todos foram salvos. A recuperação se deu num processo ascendente e veloz. Certamente surgirão livros e filmes contando essa história, que tocou profundamente o mundo. Sem dúvidas, o episódio da Tailândia jamais será esquecido. O amor é capaz de salvar, independentemente das condições e obstáculos. Diariamente, no anonimato, muitos continuam salvando vidas, através de um olhar terno, de um abraço aconchegante, da partilha do alimento, da cura das feridas do corpo e alma. Problemas, tragédias e infortúnios podem bater à porta de todos, sem nenhum aviso prévio. O importante é saber amar e estar pronto a estender a mão àqueles que necessitam. Os meninos da Tailândia, juntamente com o jovem técnico, venceram a maior competição da história e mostraram ao mundo a taça da solidariedade.

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