segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

FUZIL NAS MÃOS E MÍDIAS NA CABEÇA

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Tudo que Deus fez e faz tem como objetivo primordial o ser humano. Deus oferece na morte de seu Filho primogênito na cruz a salvação ao ser humano. A morte de Deus é pelo homem salvo. O amor de Deus é dado na missão de Jesus, salvar o ser humano. Para Deus cada pessoa é merecedora de seu amor salvífico. Vendo nesta perspectiva a ação de Deus nas história, a morte de cruz por amor, é gesto a ser compreendido e assimilado pelo humano contemporâneo.

No Brasil, a partir da elaboração do Estatuto do Desarmamento em 2003, foi instituída a campanha de conscientização em prol do desarmamento da população. Na época foram veiculados conteúdos em meios de comunicação social com a finalidade de conscientização do perigo do porte de armas. Foram seis meses de intensa campanha visando que as pessoas entregassem de boa-fé as armas, com direito até à indenização, conforme a Lei número 10884/2004.

A princípio o resultado da Campanha pelo Desarmamento, segundo dados do Ministério da Justiça, superou a estimativa com a entrega de 443.719 armas de fogo. As armas recolhidas foram destruídas por um pesado rolo compressor do comando do Exército diante de câmeras de televisão. Com o resultado positivo o Ministério da Justiça estendeu a Campanha pelo Desarmamento até 23 de outubro de 2005. Contudo, apesar da conscientização e da proibição da comercialização de armas de fogo e munição, em 2011 o governo federal gastou 3,5 milhões em indenizações referentes a desarmamento. Contudo, a população brasileira continua fortemente guarnecida por armas de fogo.

Apesar da campanha, hoje se continua a comercializar armas de fogo tanto de forma legal, como de modo ilegal pelo tráfico de drogas. Lamentavelmente a comercialização de armas e munição não é às escondidas. Os órgãos públicos que devem combater o uso e a venda de armas e munições não têm condições de coibir sua comercialização. Mediante a realidade que se apresenta, é surpreendente o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, postar fotos em redes sociais segurando um fuzil e mostrando o resultado de um teste de tiro. Na postagem feita em 1º de dezembro o juiz federal agradece à Polícia Civil pelo treinamento e à Polícia Militar pela escolta pessoal. O grave, após campanha de desarmamento de grande custo para a nação, é ver um juiz com destacada atuação nos processos da Lava Jato agir de forma nada conveniente com seu ofício público.

A cena do juiz Marcelo Bretas fazendo apologia à violência percorreu o mundo pelas redes sociais e sua postura rendeu muitas críticas. Segundo o jornalista Luís Nassif, chama atenção como o magistrado tem se mostrado preocupado em fortalecer sua imagem diante da opinião pública. Mas, segundo o jornalista, por detrás daquela imagem há um ego impulsionado que nada tem a ver com o papel de um servidor público. É estarrecedor que o magistrado da Operação Lava Jato faça apologia em defesa de armas de fogo, algo que há de sobra no Estado do Rio de Janeiro. De todo modo, um fuzil nas mãos deve ser algo abominável por qualquer cidadão de bem neste Brasil. Tal imagem diz que algo está perdido, a sua própria consciência, e que o Brasil enveredou para o caminho da violência pública, agora institucionalizada.

Entretanto, as bases éticas das estruturas públicas repudiam qualquer vontade abusiva que afronte as formas jurídicas e o livre consentimento pela paz civil. O problema da violência e do mal do Brasil está no próprio homem, na sua incapacidade de ser um cidadão público respeitável. Entretanto, as estruturas de bem se mantêm na colaboração pacífica de milhões de homens justos e honestos neste país. O cidadão comum aprende que honesto vive na miséria e porta a paz em seus atos. Justamente a morte de cruz de Deus foi por ter rejeitado estruturas exteriores como armamentos e violência para salvar o ser humano. Ao assistir a cena de um juiz com fuzil nas mãos e com a mídia na cabeça, tem-se a conclusão de sua incapacidade para exercer um ofício público como a magistratura.

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