Acordei com a doçura de um leve sonho entre os lábios... As crianças que cresceram sob meu olhar veloso, hoje adultos, andavam pelos cômodos da grande casa num leve correr... Meus filhos continuavam a ser crianças no sonho, tal como era minha imagem deles há muito tempo atrás. Corriam se deleitando atrás dos aparentemente adultos... Aquela imagem de vê-los pequenos com luz própria me remeteu a uma vertigem do que foi vivido... Absorto de contemplação naquele olhar que passou através de mim fiquei e permaneci até que fosse possível...
Contemplava a vida passada e a presente, era a junção do sonho com a realidade e o espetáculo inebriava-me amarrando a história que se fazia presente de tudo que foi vivenciado com o momento atual, num mesmo olhar. O sentimento de plenitude de querer tê-los, retê-los, ou saber que tive-os ali pertinho de mim, por capítulos da existência, se fixava na graça de vê-los seguir seu caminho. Hoje amplamente admirava-os sob o meu olhar...
O gosto doce da saudade enchia minha boca de serenidade e a força com que reverberava internamente aquela recordação, era a rodovia que me ajudava a seguir e a voltar quando necessário para poder recordar...
Os sonhos permanecem vivos dentro de nós, perpetuando a história vivida, numa construção única e verdadeira... Mergulhados no ser...
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