segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

UMA HISTÓRIA DE NATAL

Numa isolada região, montanhosa e fria, vivia um aldeão simples e temente a Deus. Em sua oração pedia que Deus visitasse sua pobre cabana. Na véspera de Natal - sem saber se era sonho ou realidade - Jesus garantiu-lhe que o visitaria. Já no alvorecer do dia começou os preparativos para acolher o Senhor. Enfeitou, como pode sua habitação, preparou uma deliciosa sopa de cebolas e colocou um pedaço de carneiro nas brasas.

Lá fora a nevasca era mais forte e o camponês, de dez em dez minutos, olhava a estrada branca e vazia. Pelas tantas viu um vulto avançando. Ainda não era Ele. Apenas um vendedor ambulante, faminto e carregando pesado fardo. Foi ao seu encontro e convidou-o a entrar. Ofereceu-lhe um prato de sopa e um pedaço de carne, enquanto a lareira secava suas roupas. Depois, agradecido, partiu. Uma hora depois surgiu, no mesmo caminho, uma mulher. Tinha de levar um recado urgente e estava cansada e faminta. Depois de um prato de sopa e um naco de carne, ela partiu. Já quase escurecia e apareceu outra visita. Era uma criança que se perdera pelo caminho. Depois de alimentá-la com sopa e carne, orientou-a para tomar o rumo certo.

Algumas horas passaram, o vento rugia lá fora e a neve continuava caindo. Desgostoso, o aldeão foi deitar, pois chegara à conclusão que o Senhor não viria. Certamente o considerava indigno de sua visita. Seu sono foi interrompido por uma luz intensa e radiosa, em meio a ela estava o próprio Jesus.

Com um misto de desculpa e protesto, o camponês afirmou: esperei-o durante todo o dia... E Jesus esclareceu: por três vezes visitei tua cabana. Lembra aquele viajante cansado, aquela mulher pobre e aquele menino perdido? E, sorrindo, esclareceu: era eu.

Este conto é inspirado no genial escritor russo Leon Tolstoi. Antes e depois dele foram escritos outros milhares de contos. Mas nenhum deles consegue superar a magia de Lucas. José e Maria, obedecendo um decreto de Cesar, foram registar-se em Belém: “Enquanto lá estavam completaram-se os dias para o parto e Maria deu à luz seu filho primogênito e reclinou-o numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2,1-4). Um anjo apareceu aos pastores e a glória do Senhor os envolveu. E o anjo disse: não tenham medo, eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo – Senhor.

Natal - ontem, hoje e sempre - é uma narrativa só compreendida pela ótica do amor. O amor misericordioso de nosso Deus, que é de sempre e para sempre. E na vivência do amor fraterno que entramos no mistério do Natal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário