sábado, 17 de janeiro de 2015

PARA CRESCER É PRECISO DIMINUIR.

Karen Armstrong, em “A Era da Transformação”; Carl Sagan, em “Bilhões e Bilhões”; Joseph Campbell, em “ O Poder do Mito”; e Jean Baudrillard, em “A Transparência do Mal”, cada qual do seu jeito, abordam as questões da transcendência, da imanência e da excrescência; falam do humano que não se contém, não aceita ser contido e desafia os limites, mas, de tanto querer mais, perde o sentido do pouco e do menos e por isso não se situa.
Os humanos precisam de parâmetros e limites. Como a água, perdem-se na inutilidade quando não aceitam os limites. O sujeito sem limites vive de sentir-se sitiado e por isso mesmo é ressentido; nem as coisas se situam nele, nem ele nas coisas do seu meio. Lutou para sair da gravidade, liberou-se, entrou em órbita e agora não sabe re-entrar. Não quis o meio, não se dá bem com os extremos e por isso vive pelas extremidades.
De tanto querer ser superior, superficializou-se. Tornou-se diferente, mas não consegue ser ele mesmo, nem ver as coisas como elas são. Não há aeroporto capaz de receber e abastecer o seu avião. Então, não desce e gasta fortunas para abastecer-se nos ares dos seus sonhos. Vive de exorbitâncias e excrescências. Todo e qualquer mais-mais ainda é pouco para ele.
Há um tipo desses em cada grupo, em cada Igreja, às vezes em cada clube ou partido. A reflexão é cruel, como cruel é a rejeição que tira alguém do meio e o leva à excrescência. Na verdade, não cresceu e não crescerá, a menos que diminua o tamanho do seu ego que todo mundo percebe, menos ele!

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