A semana que termina nesta sexta-feira escancarou a
crise dos meios de comunicação brasileiros. Primeiro, foi a Abril, em São
Paulo, quem entregou metade dos andares que ocupa e viu o busto do fundador
Victor Civita ser. Em seguida, o Estado de Minas demitiu 11 profissionais
experientes e foi repreendido pelo sindicato dos jornalistas por ter misturado
jornalismo e política, de forma tão explícita. Agora, é o Globo que corta 100
profissionais, dos quais 30 na redação.
Há um ponto em comum entre esses três grupos
editoriais. Todos, no último ano, adotaram o discurso de que o Brasil rumava
para o caos. Engajados na campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à
presidência da República, o que foi feito de forma explícita por Zeca Teixeira
da Costa, diretor do Estado de Minas, esses veículos venderam a ideia de que a
economia brasileira, mesmo com pleno emprego e inflação na meta (ainda que no
topo), mais cedo ou mais tarde afundaria.
Tal discurso
contaminou as expectativas empresariais, reduzindo investimentos. E os
primeiros a sofrer foram os grupos de comunicação. Os patrões venderam o caos,
mas os jornalistas e profissionais de outras áreas é que pagam o pato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário