terça-feira, 16 de setembro de 2014

O PRAZER MOMENTÂNEO É ILUSÓRIO

Da antiguidade grega, em poema épico, Homero narra o episódio do cavalo de Troia. O rapto de Helena, a mulher mais formosa do mundo, originou a guerra dos gregos contra a poderosa e fortificada cidade de Troia. Agamenon assumiu o comando de um exército de mil navios, atravessou o mar Egeu, para atacar Troia. O cerco durou 10 anos, com muitas mortes, de ambos os lados. Vendo a inutilidade das armas, os gregos apelaram para a astúcia.
Fingindo terem desistido da guerra, embarcaram em seus navios, deixando na praia um enorme cavalo de madeira, que os troianos decidiram levar para dentro da cidade, como símbolo do triunfo. À noite, depois da festa da vitória, quando todos dormiam, os soldados gregos, que se escondiam dentro da estrutura oca do cavalo, saíram e abriram as portas da cidade para todo o exército grego, cujos navios haviam retornado secretamente. Apanhados de surpresa, os troianos foram vencidos, seus soldados mortos e a cidade incendiada.
A lição do cavalo de Troia não foi aprendida, pois continua acontecendo em nossos dias. O mal tem consciência de sua inferioridade e, por isso, precisa revestir-se de virtude para poder enganar suas vítimas. A ratoeira, sem queijo, não atrairia nenhum rato. Santo Agostinho falava das coisas belas pelo avesso. São atraentes e enganosas. No dia seguinte a pessoa se dá conta, quase sempre tarde demais.
A astúcia do cavalo de Troia é repetida pela droga, hoje, especialmente o crack. Não tem problema, ele vai te dar muito prazer. Experimente uma única vez, depois você para. E assim começa um caminho, quase sempre, sem volta e com um triste passivo para o usuário e sua família. Isso se repete com a bebida e com o cigarro. Vou experimentar, mas paro quando quiser, proclamam muitos. E o queijo da ratoeira e a astúcia do cavalo de Troia se repetem. Esta perigosa tática vale para todos os maus hábitos.
O grego Esopo, numa de suas fábulas, conta a história de um leão que colocou à porta de sua gruta um letreiro: palavra de leão, podeis entrar confiadamente! Mas a raposa, muito astuta, observou que existiam apenas pegadas de animais que entravam na gruta e nenhuma pegada de animais saindo. Inteligentemente, optou por não entrar.
A vida é feita de escolhas. As melhores escolhas são aquelas que nos fazem felizes no dia seguinte. O prazer momentâneo é ilusório e pode deixar um passivo de lágrimas e arrependimento. Porque, muitas vezes, é impossível remediar, é inteligente prevenir. É inteligente também escutar os que têm mais experiência. Não temos possibilidade de cometer todos os erros. Precisamos aprender também pelos erros cometidos pelos outros. E também pelos acertos dos outros. A experiência também conta, ela é mestra da vida.

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