quinta-feira, 25 de setembro de 2014

NOSSA GRANDE PREOCUPAÇÃO É SER FELIZ.

O sol apenas aparecia no horizonte e o camponês já estava em sua lavoura. Teria pela frente um dia cheio de fadiga. Seu arado, puxado pelos bois, traçava sulcos na terra, onde brotaria um trigal. E com isso ganhava o pão, com o suor do seu rosto, para si e para sua família. Numa fazenda vizinha, um trator fazia o mesmo trabalho. E o homem do arado comentou para si mesmo: este que é feliz. Trabalha com rapidez, sem grande esforço e terá uma lavoura muito maior que a minha.
O tratorista viu um caminhão cruzar pela estrada e comparou as atividades. Veja, ele anda rápido, a paisagem muda constantemente, logo estará na cidade. Este que é feliz. Mas não era assim que pensava o motorista do caminhão. Tanto mais que por ele passou um luxuoso automóvel. Este não tem patrão, não tem que carregar e descarregar mercadorias. Deve ser um executivo com um alto salário e com direito a todas as mordomias. Olhando para o alto, o condutor do automóvel viu um avião cruzando o espaço. E imaginou a felicidade do piloto: alto salário, anda com rapidez, sem grande fadiga, não tem problemas de trânsito e conhece muitos países.
Olhando do alto, o piloto viu um pequeno ponto escuro, numa lavoura e pensou: feliz é este lavrador, faz o que gosta, semeia lavouras, cercado do canto dos pássaros, trabalha quando quer e está sempre perto de sua família.
O maior, o mais universal dos desejos do homem é ser feliz. Desde que nascemos até a hora da morte, nossa única preocupação é ser feliz. Todos os atos que fazemos têm esse objetivo. Por vezes a busca é indireta. Tomamos um remédio amargo, mas objetivamos a felicidade que vem da saúde. Trabalhamos, nos privamos de muitas coisas, para sermos felizes mais tarde. O filósofo pessimista Arthur Schopenhauer dizia: “O homem sempre quer ser feliz, mesmo quando se enforca”.
Nem todos concordamos a respeito do que é felicidade. Para uns, é sinônimo de dinheiro, para outros é o prazer. Saúde, família, bebida, viagens, reconhecimento público podem ser sinônimos de felicidade. O conceito muda também de conformidade com as etapas da vida. Para a criança, felicidade pode ser um brinquedo ou um doce, para o jovem a namorada dos sonhos, para o estudante o diploma, para o homem maduro uma viagem ou a aposentadoria.
Somos demasiadamente grandes para nos plenificarmos com coisas materiais. Elas se esgotam e deixam um vazio. Esta, por exemplo, foi a experiência de Santo Agostinho. Ele acabou por encontrar a felicidade onde, unicamente, está: em Deus. É uma felicidade que nos conduz na vida, superando as naturais frustrações e nos acompanha além da morte. De resto, felicidade está onde a colocamos. É inteligente ser feliz onde realmente estamos. É tomar consciência que podemos e devemos ser felizes ali em nosso cantinho e não onde não estamos.

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