quinta-feira, 18 de setembro de 2014

NUDANÇAS CLIMÁTICAS.


É uma espinha na garganta do governo brasileiro a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, marcada para dezembro. Todos sabemos que o nosso planeta está doente. Nós, humanos, podemos usar máscaras para nos proteger da poluição atmosférica. A Terra não. Ela está irremediavelmente exposta aos efeitos nocivos de nossas atividades que, na ânsia de acumular lucros, afetam a preservação ambiental.
A Terra é um ser vivo. Os gregos antigos a chamavam de Gaia. É também um milagre da natureza. Um pouco mais ou um pouco menos de calor e a vida não existiria em nosso planeta.
Calcula a ciência que o Universo existe há 14 bilhões de anos. A Terra, há 4,5 bilhões. Atingida, durante milênios, por meteoros, períodos glaciais, secas, ela foi capaz de autorregenerar.
Porém, nos últimos 150 anos, o bicho homem/mulher causou demasiado estrago em seu habitat. Entupiu de lixo rios e mares, desmatou florestas (a Amazônia, em 17%), contaminou o ar que respiramos... enfim, provocou tamanha degradação, a ponto de Gaia ter perdido 25% de sua capacidade de autorregeneração. Só pode ser salva do apocalipse precoce com intervenção humana.
 Governos e empresas devem se comprometer, urgentemente, a reduzir a emissão de CO2 (gás carbônico). A excessiva presença de poluentes na atmosfera esburaca a camada de ozônio, derrete as geleiras, aumenta o aquecimento global, causa desertificação (e, portanto, fome e migrações), multiplica cânceres e enfermidades respiratórias.
O que está em questão não é apenas evitar que a temperatura da Terra suba dois graus, provocando efeitos nefastos. Temos pela frente apenas 15 anos para evitá-lo. É o próprio sistema de estímulo consumista. Sem mudança do paradigma capitalista, a catástrofe será inevitável.
Os países ricos, vilões da excessiva emissão de CO2, resistem às medidas de redução a serem adotadas até 2020. O Brasil vacila. O Ministério do Meio Ambiente defende o compromisso de, até lá, se reduzirem em 40% as emissões nacionais e o desmatamento da Amazônia em 80%. O Itamaraty e o Ministério da Ciência e Tecnologia são contra. A Presidenta Dilma Rousseff, como boa mineira, prefere não falar em índices ou números...
No centro do debate está a candidatura à Presidência O governo não mira propriamente Copenhague, e sim as urnas de outubro de 2014. Se a delegação brasileira presente na capital da Dinamarca abraçar a posição dos países ricos - que coincide com a do agronegócio e das empreiteiras - a candidata Dilma corre o risco de ficar mal na foto ecológica, sombreada pela candidata Marina. Se o Brasil se comprometer com a meta de redução de 40%, Dilma ganha destaque ecológico na foto, mas desagrada a base aliada que lhe sustentará a candidatura.
Queira Deus que o governo se preocupe mais com as futuras gerações e a saúde do planeta do que com os interesses pecuniários das empresas responsáveis pela degradação ambiental.

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