quarta-feira, 18 de junho de 2014

A SEGURANÇA DO LÍDER É O ELEMENTO MAIS INFLUENTE

Tudo indica que a filosofia de fuga da dor está incluída também no processo de educação. Os pais passam aos filhos muito mais o que são do que o que falam. Todas as linhas psicológicas acentuam a internalização dos modelos, não só na infância como em toda a existência. Até que ponto a insatisfação das crianças e adolescentes não está mostrando o desconforto vivencial dos pais? A permissividade paterna pode esconder culpas por omissão, omissão até por não exigir o que deve. Sabe-se que a segurança do líder é o elemento mais influente na conduta e aquiescência do liderado.
Os pais, no geral, já estão se conscientizando que o agir é mais importante que o falar e que a autenticidade, até para assumir o erro, é mais valiosa quando alguém investe na mudança do outro. Pais não são infalíveis, mas a dissonância entre o sentir, pensar e falar, quando transmitida a novas gerações é como uma semente a ser germinada numa terra sem compostos nutritivos. Isto é válido para todo o educador, o qual seu medo e insegurança transmite uma fragilidade causando um desconforto tão grande no educando, que se defende agredindo. Como consequência de tudo isso, constata-se diuturnamente uma violência que impera em todas as camadas sociais, principalmente por parte de jovens sem orientação e sem normas internas. As figuras de autoridade e respeito necessitam voltar a seu posto, começando no seio familiar, sem a qual continuará este caos social pelos comportamentos sem lei.
A escola hoje está sofrendo por não se reestruturar e por ser também produto de um sistema que reforçou a educação excessivamente permissiva com regras tênues e condutas pedagógicas ineficazes. A supremacia dos conteúdos cognitivos “técnico-científicos” para atender as contingências do mundo do trabalho sobre as práticas formativas que estimulem o desenvolvimento da inteligência emocional e os valores espirituais está colaborando também para que se mantenha este processo “educativo” em vigência.
A necessidade de unir a família à escola é um imperativo para que se fortifiquem mutuamente tendo em vista o filho/aluno, é propalada há décadas, mas o que se vê é o inverso, tendo como resultados cidadãos pouco informados, com muitas defasagens no processo evolutivo. Há décadas está sendo propalado esse trabalho conjunto, mas os resultados têm apresentado defasagens evolutivas e formativas nada gratificantes.
Apesar dos aspectos negativos a família de hoje tem saldos positivos que podem ser ressaltados como ganhos evidenciando-se o valor da mulher, especificamente no mundo ocidental. O par conjugal tem direitos mais igualitários e, embora a mulher tenha a vida mais atribulada com a dupla jornada, hoje ela é mais validada em todos os setores. Isto é muito significativo e esperançoso na medida em que o casal deixa de se caracterizar como o dominador e o dominado por ter direitos iguais e deveres compartilhados. A figura da mãe para os filhos foi mudando de status no seio familiar e isto é importante, tanto para a realização egoica dos filhos, como para a sociedade como um todo. A mulher atuando nas mais variadas áreas trazendo sua sensibilidade e emocionalidade amplia a possibilidade de amorização das relações humanas.
Os pais, como consequência, estão mudando seu papel. As tarefas do homem no lar foram ampliadas. Hoje o pai ajuda nas lidas domésticas e cuida dos bebês, assumindo mais o papel de cuidador. Este é um grande bem para a família, na medida que externa mais seu lado emotivo, sensível, dando-se até o direito de chorar. A sensibilidade masculina objetivada numa lágrima é uma das grandes revelações humanas reativando esperanças de uma família mais afetiva em todos os sentidos.
Como resultado altamente positivo, claro que também atribuído a uma alimentação e melhoria de qualidade de vida, as crianças hoje são mais vivas, mais inteligentes, mais surpreendentes na linguagem e, principalmente na espontaneidade e criatividade.
Com referência às famílias reconstituídas que muitas vezes causam problemas sérios nas crianças, em especial na saída do lar de um progenitor, observa-se que apesar disso quando os pais não incluem a criança no seu conflito, ela supera o trauma com maior facilidade, aceitando melhor o padrasto, o meio irmão e os outros familiares do novo cônjuge.
Em todos os aspectos as crianças hoje brigam mais por seus direitos, mas se adaptam às variadas circunstâncias quando os adultos sabem conduzi-la. Diante de tudo o que está posto este é o nosso momento. Lutas, dificuldades, desafios, dores são contingências do ser. Cabe à família dar um valor maior ao bem, à vida com suas necessidades, redimensionando o que realmente constrói e se alimentando com a alegria de ser a grande responsável pela transformação de um mundo melhor.

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