quarta-feira, 18 de abril de 2018

ESPERANÇA E ALEGRIA DE VIVER.

Resultado de imagem para ALEGRIA DE VIVER

É bem comum ter coisas para fazer e serem adiadas. Nunca gostei de ir ao posto de combustível para calibrar os pneus do carro. Não tem um motivo específico. Sempre foi assim: deixava para a próxima abastecida. Dessa forma, os dias iam passando e a lembrança cada vez mais insistente. Num determinado momento, impossibilitado de adiar novamente, eu acabava cumprindo a referida tarefa. Com os pneus ‘oxigenados’, o carro torna-se, então, mais leve, o volante mais adequado. Um dia, talvez, vou descobrir os motivos dessa resistência em calibrar os pneus. Uma hipótese pode estar relacionada com o desapego: sempre entendi que carro é um meio apenas. Necessita de cuidados, mas não convém exagerado apego. Tenho consciência de que devo calibrar os pneus, mesmo não tendo um grande afeto por essa ação. Convém esclarecer que não sou relapso, apenas um pouco resistente. Tudo indica que, com o tempo, irei superar essa limitação.

Enquanto o frentista calibrava os pneus, meu pensamento alcançou outras realidades. Fiquei pensando quantas pessoas passam a vida toda sem nenhuma ‘calibragem’. A saúde precisa ser calibrada através da prevenção, o humor deve ser revisado continuamente, o amor à família deve ter a quantidade exata de oxigênio. O conhecimento aguarda sempre por novas calibragens. Enfim, todos estão convocados a revisar continuamente outros ‘pneus’, além daqueles que permitem que o carro rode. Como tudo seria diferente se o respeito, a fidelidade e a paz recebessem o adequado e diário calibre!? É comum ir adiando, deixando para depois ou até esquecendo definitivamente de determinados valores que favorecem a edificação e a plenitude da felicidade. Um pneu não calibrado não roda. Os valores humanos, quando não renovados e reavivados, deixam de deslizar espontaneamente no cotidiano da existência.

Muitas pessoas são atentas, cuidadosas e até detalhistas: nada passa desapercebido. Cada gesto ou atitude acontecem no tempo certo. Com um pouco de organização e boa vontade, todos poderiam viver com mais serenidade, sem atropelos e com uma quantidade maior de satisfação. Acontece que é muito mais cômodo ir adiando, agendando para o dia seguinte, que nunca chega. As constantes perdas, referentes à qualidade de vida, estão atreladas aos adiamentos que vamos sustentando. Quanta gente deixando, inclusive, para ser feliz depois disso ou daquilo. Algumas ‘calibragens’ só conhecem um tempo específico: hoje. Amanhã já será tarde demais. Adiar não é, em si, um problema. O complicado é não saber o limite e, posteriormente, amargar perdas irrecuperáveis. Estou consciente que não devo descuidar da calibragem dos pneus do carro que estou usando. Aos poucos vou melhorar nesse quesito. Tomara que todos consigam, no tempo certo, calibrar a esperança e a alegria de viver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário