quarta-feira, 24 de maio de 2017

QUE BONITO É SER FAMÍLIA

Os horários conventuais, exceto em alguma ocasião, são sempre muito pontuais. O início da oração e das refeições, bem como dos momentos formativos, é respeitado ao pé da letra. Não se trata de rigidez, mas de organização. Sempre gostei da pontualidade, pois a mesma nos deixa com maior liberdade e também com a responsabilidade de ficarmos dentro do espaço de tempo destinado às respectivas funções. O almoço, por exemplo, dura exatamente 30 minutos.

Há uma oração inicial e uma final. Mesmo que alguns terminem antes, todos permanecem à mesa. Não há TV ligada e nem outros aparelhos de som. Além de saciar o corpo, aquele tempo se destina ao diálogo e às trocas de informações. Não deixa de ser um ritual muito significativo.

O mundo imprimiu outro ritmo ao cotidiano. Muitas famílias já não se encontram ao redor da mesa. Em alguns lares, o destaque não está na convivência e no diálogo, mas nas notícias e nos programas televisivos. Por incrível que pareça, mesmo estando ao redor da uma bela mesa, muitos olhares não se encontram, a comunicação não flui e, consequentemente, os alimentos não são saboreados adequadamente.

A refeição não deveria apenas saciar a fome, mas, sim, manter próximos aqueles que estão unidos pelo vínculo do amor. A mesa sempre será sagrada pelo pão de cada dia e por nutrir o vínculo familiar. Encontrar-se é uma necessidade e, ao mesmo tempo, uma prioridade. É condição para reavivar a chama do amor e da pertença mútua.

A esperança da grande maioria é que um dia tudo será diferente. Não há garantias de que o mundo terá um ritmo menos acelerado. Os indicativos acenam para o aumento da velocidade, pois o consumismo ditará a tonalidade dos encontros e fará a distribuição do tempo. Permanecer trinta minutos ao redor da mesa é o mínimo. Se não for possível nos outros dias, ao menos no final da semana.

Afastar todo e qualquer ruído eletrônico para privilegiar o diálogo, as risadas, as histórias e os acontecimentos é fundamental. Há um só tempo para ser família: hoje. Cada refeição deveria ser festiva, não pelo cardápio apenas, mas pela oportunidade de celebrar o encontro e pela insubstituível alegria de ser família, contemplando todos os formatos que esse nome inspira.


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