quarta-feira, 31 de maio de 2017

A VIDA TEM ESTAÇÕES.

Sempre gostei de prestar atenção nas transformações que acontecem, nas diferentes estações do ano. A natureza é dinâmica e criativa. Apesar de todas as interferências inconsequentes da mão humana, o planeta continua dando sinais que encantam, elevam e convidam à contemplação. Quem tem um contato maior com o meio ambiente certamente vive muito melhor. São Francisco de Assis inspirou uma nova postura na relação com a obra da criação. Ele chamava a terra de mãe, o sol de irmão. Cada ser criado recebia o respeito devido, por ser uma extensão do Criador. O mundo utilitarista distanciou o humano dos seus ‘irmãos’ e ‘irmãs’ e a natureza iniciou um longo caminho de padecimento. Ainda bem que nem tudo está perdido. A conscientização não pode dar trégua até não despertar na humanidade um grande cuidado.

É interessante perceber a vizinhança entre as estações. A impressão é de que uma prepara a chegada da outra. O outono, com todo seu charme, faz alguns preparativos para a chegada do inverno, depois de ter se despedido do verão. A primavera brilha nas muitas tonalidades, sem deixar de abrir os braços para acolher, em seguida, o verão. O dinamismo da troca de estação permite detalhes incríveis. É lamentável que a distração simplesmente roube o olhar de admiração que poderia brotar do coração humano. Um dia, talvez, a velocidade e o excesso de preocupações abram espaço para outros sentimentos que darão à vida um novo jeito de ser e de conviver com tudo e com todos.

Todas as estações têm suas peculiaridades, mas o outono é de um charme sem igual. Creio que seja a estação que mais se aproxima do desapego e do retorno à essência. As folhas caem e os excessos são podados. As cores são variadas, apesar da delicadeza de algumas tonalidades, o vento se encarrega de levar as folhas para longe, no intuito de serem absorvidas pela mãe terra. Os humanos poderiam aprender muito com a especificidade de cada estação. Como é necessário se despir dos excessos, permitindo novas tonalidades, recolhendo-se, com o intuito de perceber e se restabelecer com o silêncio que harmoniza e que faz transbordar a paz. Gratidão aos ensinamentos do outono.

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