sábado, 13 de junho de 2015

TODOS QUEREM OS SEUS PRIVILÉGIOS.

O Brasil, em particular, e toda a América Latina em geral, salvo raríssimas exceções, vivem e convivem com uma grande perplexidade: economia, revestida de assimetrias, e alimentados pelo ódio com uma reservada luta entre classes.

Fazem a reforma política e mantêm o voto obrigatório... Necessitamos de uma contrarreforma... Escandaliza-nos a corrupção desenfreada, e os moralistas de plantão se permitem dizer que tudo passará depois das reformas e ajustes fiscais. Inflação em alta, desemprego de mais de um milhão de pessoas no primeiro semestre, a economia esfrangalhada e sem a perspectiva de reviravolta.

Aos corruptos que lesaram a pátria e mancharam a reputação das estatais defendemos que além das sanções penais e administrativas, durante cinco anos seguidos e ininterruptos sejam taxados na pessoa física e nas jurídicas, apenas os sócios ostensivos ou laranjas, em dez por cento sobre o patrimônio declarado e multa de cem por cento, cuja receita metade seria destinada para melhoria dos serviços públicos e a outra para as empresas vítimas de suas ações delituosas.

É supérfluo taxar o andar superior se o topo da pirâmide. Não nos mostra o bom exemplo e claudica em termos de governabilidade. Infelizmente estamos assistindo um momento delicado e assaz triste no qual legislativo e executivo se acusam, trocam farpas, mas não apresentam rumos de mudanças e alternativas para o País.

O segundo semestre será ainda mais problemático. As previsões já acenam... Não temos linhas de crédito e o pacote de infraestrutura de portos, aeroportos e ferrovias é muito incipiente para a grandeza do Brasil. O produto interno bruto será, e ninguém duvida, negativo, podendo chegar até 1,4% o que é catastrófico para um País das dimensões continentais e com uma população acima de 205 milhões de habitantes.

Partidos de oposição? Nenhum! Todos querendo seus privilégios. A permanência de cinco anos e a obrigatoriedade do voto é um curral eleitoral sem igual. Continuamos sendo tutelados e curatelados pelo velho Estado das capitanias hereditárias, e do cartorialismo aonde a burocracia vende dificuldades em troca da compra de facilidades.

O modelo não se sustenta, e todos sabemos que as esperanças de jovens e de trabalhadores se definham. Mais de 300 mil brasileiros foram aos EUA somente no primeiro semestre do ano, de acordo com estatísticas de vistos, passeios e viagens, mas o que preocupa é que boa parte se vai com intenção de não mais voltar, a comprovar que o Brasil não tem mais jeito, está tomado e dominado numa fogueira que ameaça se propagar para os quatro cantos da vida nacional.

As empresas estão dispensando em massa, licenciando, e reduzindo os investimentos. Além disso o endividamento do cidadão, a falta de liquidez, ausência de crédito, degringolam as esperanças de mudanças nas conjunturas da crise pública que afeta a iniciativa privada. Enquanto isso os juros sobem estratosfericamente acalentando a rentabilidade e o lucro das instituições financeiras, circulo vicioso sem igual na nossa situação atual.

A cada dia um escândalo diferente, diversos envolvidos, desvios de dinheiro público e o descrédito nas instituições, ao passo que o financiamento privado das campanhas representa retrocesso. Não há almoço de graça e quando cobram querem até a melhor sobremesa no prato da impunidade.

Ninguém acredita em sã consciência que teremos fôlego e campo de manobra. A tentativa de abertura do Mercosul para Europa demorou mais de uma década, e os americanos não estão entusiasmados com a visita de Dilma. Apenas duas personalidades podem mudar completamente o rumo da história: o presidente Barack Obama que tem sua jornada em término de mandato e o Papa Francisco. Ambos devem olhar e conclamar reformas, melhorias e mudanças pragmáticas para a sofrida, cansada e espoliada América Latina, cujos governantes representam o fosso da imoralidade e indecência.

Sem o pulso forte e firme de um líder político e outro religioso a tenebrosa situação se espalha com incontáveis ares de afetação da tessitura social e rompimento do tecido em algum momento mais agudo da crise.

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