segunda-feira, 1 de junho de 2015

SUICÍDIO...

Os dados nos obrigam a falar do suicídio pois sua grande ocorrência se transformou num problema de saúde pública, raramente inserido nos planos sanitários dos governos. Os últimos dados acessíveis da Organização Mundial da Saúde (OMS) são de 2012. Ai se se diz: são cerca de 804 mil casos por ano, o que vem dar, um suicida a cada 40 segundos e ainda a cada dois segundos uma tentativa de suicídio. No Brasil são 11.821 casos por ano o que equivale a 32 por dia especialmente na Amazônia, na Paraíba, na Bahia e no Rio Grande do Sul. Numa perspectiva global, depois dos acidentes de trânsito é o suicídio a causa principal de mortalidade, cobrindo todas as idades mas afetando principalmente os jovens entre 15-29 anos que representam 8,5% das mortes no mundo. Este fato desafia a inteligência humana: como é possível que um ser chamado à vida, o dom mais precioso que existe no universo, pode buscar a eliminação da própria vida? Aqui se faz necessária uma realista compreensão da condição humana, feita de luz e de sombras, de sucessos e de fracassos, de esperança e de desespero. Este dado não é um defeito de nossa natureza, mas a constituição de nosso próprio ser, mortal, finito, imperfeito e sempre a caminho da perfeição. Há inúmeros fatores que levam as pessoas a buscar o suicídio: a inundação da dimensão de sombra, transtornos psicológicos, doenças incapacitantes, profundas decepções e prolongadas depressões. Mas mais que tudo, a perda do sentido da vida que suscita nas pessoas vulneráveis o impulso de desaparecer. Não raro, tirar a própria vida é uma forma de buscar um sentido que lhe é negado nesta vida. Daí nosso respeito face a quem toma tal decisão, não por covardia, mas por amor a uma vida supostamente melhor que esta. Mas André Trigueiro sustenta com determinação e profunda esperança, a tese: “na maioria absoluta dos casos os suicídios são preveníveis”. É neste contexto que detalha os vários caminhos especialmente desenvolvidos pelo grupo Samaritanos em Londres e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), ambos de origem espírita mas sem qualquer disposição de conquistar para esse caminho espiritual. Estas duas instituições maiores compostas de voluntários (só os 70 postos no Brasil atendem por ano, na média 800 mil ligações por telefone ou internet) são as que diretamente se dedicam à prevenção do suicídio. Os valores que os inspiram são profundamente humanísticos e ético-espirituais: a compreensão, a acolhida, a escuta, a fraternidade, a cooperação, o crescimento interior e o exercício da vida plena. Só o que reforça a vida pode salvar a vida sob risco. Vale a tese de Trigueiro: “viver é a melhor opção”. É mérido de André Trigueiro não apenas nos transmitir essa mensagem de esperança e de escuta mas também de vive-la concretamente em sua própria vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário