domingo, 14 de junho de 2015

NOSSA VIDA PODE SER COMPARADA AO VINHO.

Sempre existiu a comparação entre jovens e velhos. As culturas determinam quem está em vantagem. No passado, a velhice vinha coroada de sabedoria. Hoje, ser jovem é símbolo do sucesso. A história da humanidade está cheia de jovens e velhos que venceram. E de jovens e velhos que fracassaram. A história registra crianças prodígios e idosos que amadureceram em sua arte.
Mozart, aos cinco anos, já compunha maravilhosas melodias. Sócrates, com 23 anos, confundiu o sofista Protágoras, com o dobro de sua idade. Isaac Newton, aos 21 anos, já elaborara a Lei da Gravidade. Santo Antônio morreu aos 36 anos e Santa Teresinha de Lisieux - doutora da Igreja - morreu com apenas 24 anos. Cristo morreu, aproximadamente, aos 33 anos. Mas temos brilhantes exemplos do outro lado. Santo Antão manteve-se lúcido até morrer aos 105 anos. Miguelângelo esculpiu a Pietá antes dos 30 anos e pintou o Juízo Final depois dos 80. Picasso fez obras primas aos 92 anos e Marc Chagall pintou, com maestria, até sua morte, aos 98 anos.
Existe também o outro lado, o da inutilidade. Há idosos amargos e jovens irresponsáveis. Há velhos com apenas 18 anos e há jovens depois dos 80. Não se trata de uma questão de tempo. É questão de escolha, bem ou mal feita.
Envelhecemos, em qualquer idade, se fecharmos os olhos ao novo, se o novo nos assusta e aposentamos nossos ideais. Envelhecemos quando pensamos demais em nós mesmos, em nosso comodismo e em nossos interesses. Somos velhos quando deixamos de lutar.
Estamos todos matriculados na escola da vida e o mestre se chama tempo. E esse mestre é um juiz inflexível. O passado serve como referência e não como desculpa. O carro precisa de retrovisor, mas é perigoso dirigir olhando para ele. A vida está em nossa frente. Na juventude aprendemos, na velhice compreendemos. Nossa vida pode ser comparada ao vinho. O tempo estraga os ruins e consagra os bons. Nos olhos dos jovens fulgura a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.
A idade, nós a criamos. Podemos ser jovens ou velhos. Não devemos contar a idade, mas festejar a vida. Nem a tristeza do passado, nem o medo do futuro, mas a alegria do presente. O romano Catão começou a estudar grego aos 80 anos. Quando questionado, justificou-se: se não o fizer agora, quando o farei?
O tempo de Deus é agora. Agora é o tempo de partilhar, de lutar, de ser feliz. Agora, se for o caso, é o tempo de recomeçar. À semelhança do bom ladrão, podemos amadurecer em qualquer idade, até nos cinco minutos finais. Afinal, você está vivo, não está?

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