terça-feira, 30 de junho de 2015

PARLAMENTARISMO, MAS COM ESSES DEPUTADOS?

Sempre que o país entra numa crise, surgem logo as duas soluções mágicas: reforma política e parlamentarismo. Um arremedo de reforma política já está em curso, sob o comando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e suas bancadas amestradas, que, sem ouvir a sociedade, até agora praticamente só aprovaram medidas de interesse dos próprios parlamentares.

Agora, o mesmo Cunha vem com a proposta de colocar logo em votação a volta do parlamentarismo, uma experiência que já não deu certo no Brasil, durante o governo de João Goulart, e foi rejeitada por ampla maioria, em 1993, num plebiscito que manteve o presidencialismo.

"A grande evolução que se deve ter é que temos que discutir o parlamentarismo no Brasil, e rápido. Um debate para valer e votar", defendeu o todo-poderoso presidente da Câmara, em entrevista à Folha, nesta segunda-feira.

Sem entrar no mérito da questão, a primeira pergunta que me vem à cabeça é esta que está no título do post: mas com estes parlamentares? Se a situação já está ruim para todo mundo, pode-se imaginar o que aconteceria se o poder fosse transferido para este Congresso Nacional que temos hoje, o pior, em todos os sentidos, e o mais retrógado da nossa história recente.

Para evitar que se fale em "golpe branco", Cunha ressalvou que qualquer mudança de regime só valeria a partir das próximas eleições, mas anunciou que já está em campo para buscar apoios: "O tema tem ganhado força. Tenho conversado com quase todos os agentes políticos, PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP, PR, com todos os partidos. Com José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati" _ por coincidência, claro, todos senadores da oposição. E garantiu: "Com certeza, vamos tentar votar na minha presidência"








Publicado anteriormente no Balaio do Kotsho.


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