segunda-feira, 7 de julho de 2014

VITIMA DA FALTA DE LIMITES.


Um problema que se constata nos jovens de hoje: A FALTA DE LIMITES.
Michael Jackson foi mais uma das vítimas da falta de limites e margens da mídia. No palco, foi poderoso. Profissionalíssimo, era um perfeccionista. Não havia erros. Nas finanças e na mídia, imbatível, até o dia em que começaram a lhe cobrar o preço de sua não conformidade com seja lá o crime de que o acusam. A Justiça diz não ter achado provas. Forte na arte, na vida era de uma fragilidade que dava dó.
Quando morreu, supostamente de overdose de remédios, tinha dominado, como nenhum outro astro jamais o fizera, as técnicas da mídia. Daqui a 20 anos, ele ainda soará inovador e criativo. Ninguém melhor do que ele conjugou o sonoro com o visual. O menino punido pelo pai, pressionado até à exaustão para ser perfeito, tornou-se um dos maiores artistas de toda a história.
Cantor e dançarino de vastos recursos, ele mudou a mensagem do corpo e recriou a dança popular. Mereceu o título de artista pop. Mercadejou e mercantilizou bem. Fez o mundo dançar. Encarnou a festa do corpo e do som. Dominava os passos, o som e os ritmos, mas parecia não ter domínio sobre sua corporeidade: não se aceitava, embora usasse o corpo de maneira esplêndida. Mexeu com ele e com o corpo de bilhões de pessoas, mas acabou, também, mexendo demais no próprio corpo.
Tanto interferiu que o deformou. Na época do botox e do silicone, sirva de exemplo o que se deu com ele. Mas é conselho que o desespero pela estética, mais do que a busca da ética, não será seguido. Não importam as consequências. Quem persegue o corpo perfeito acabará injetando substâncias químicas nele. O preço? Pagam o que for preciso para, por alguns anos, desfilarem como reis e rainhas da era da estética. Michael disse que tinha motivos. Respeitemos sua angústia, mas lembremos aos que acham ter motivos que, mais cedo ou mais tarde, o corpo reage.
De Jackson se pode afirmar que, se soube atuar com o corpo, não soube situar-se com ele. Festejou a vida, mas não soube vivê-la. Quis dela mais do que a vida pode dar. Era controvertido. Processado, tido como inocente, às vezes visto como monstro, julgado à revelia pela mídia que antes o exaltara, inocentado, explorado, perdeu parte de sua enorme fortuna para resolver seus gigantescos problemas.

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