sexta-feira, 18 de julho de 2014

É PRECISO LIBERTAR-SE DA ESCRAVIDÃO DO CONSUMISMO.

O povo se queixa de que não tem dinheiro. E não tem. Mas não despertou para a ditadura do celular consumista. São quatro pessoas na família possuindo três celulares. Não têm direito de reclamar a falta de dinheiro. A família se queixa que não há dinheiro que chega, que o salário é pouco, que a crise é grande. São quatro pessoas na família. Duas meninas. Vão ao instituto de beleza. Pintam o cabelo. Compram bijuterias. Fazem maquiagem. Inutilidades. Escravidão do consumismo.
Inversão de necessidades. Pode-se e deve-se viver somente com o necessário. Os pais vão ao supermercado ou à loja com as crianças. Criam necessidades. O que os olhos veem o coração começa a desejar. Para satisfazer os desejos das crianças compra-se supérfluos. E o dinheiro para as necessidades se torna pequeno. Salário pequeno e injusto? Não é verdade. Apenas inversão de necessidades. Sentada na mesa da cozinha a família conversa sobre o necessário e o supérfluo. Metade das compras fica dispensada. O necessário é pouco.
Criação de inutilidades. A cada cinco segundos há no mundo uma criança morrendo de fome. Dados da ONU. E a sociedade se tornou desumana e tão cachorril que a cada segundo há um cachorro sendo levado ao pet shop. Trata-se, pinta-se, faz-se as unhas, perfuma-se cachorros. Compra-se alimentos mais caros do que os adquiridos para as crianças. A cada segundo uma criança é engolida pelo consumismo, viciando-se em exigir dos pais o tênis que viu nos comerciais da televisão, a roupa que não precisa e o alimento que não alimenta. E nesse mesmo tempo de segundo uma criança chora ou fica doente por não ter o necessário para uma vida digna. A cada segundo de tempo há um pai que coloca a mão no bolso e não encontra o dinheiro para o necessário da vida, mas não é capaz de deixar de comprar seu cigarro, sua cerveja, seu cafezinho. Nesse segundo em que vivemos há uma mãe que não tem o necessário para colocar na panela para a refeição da família, mas não tem a força para recusar a compra do produto de beleza que a vendedora apresentou como necessário.
É preciso rir de si. O varredor de rua deve rir de si porque não tem um calçado digno nos pés, mas anda de celular pendurado no cinto. O adolescente deve rir de si, percebendo que deixa de comprar um livro escolar, mas não deixa de beber sua cervejinha ou refrigerante ou de jogar seu videogame.
Consciência do necessário. Só falta isso. No dia em que as pessoas despertarem para o necessário, e se contarem com ele, não faltará dinheiro em casa e sobrará para ajudar os pobres, as comunidades e até para viajar mais em tempo de férias. Libertar-se da ditadura do consumismo é dizer não a tudo o que é invenção dos grupos de interesse, que criam necessidades e enganam o povo com promessas de felicidade e de prazer.

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