quarta-feira, 14 de abril de 2010

O EGOÍSMO COLETIVO FAZ TODOS SEREM INIMIGOS UNS DOS OUTROS.

Repito os dados já conhecidos: as três pessoas mais ricas do mundo possuem ativos superiores a toda riqueza de 48 países onde vivem 600 milhões de pessoas; 257 pessoas acumulam mais riqueza que 2,8 bilhões de pessoas, ou 45% da humanidade; o resultado é que mais de um bilhão passa fome e 2,5 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza; no Brasil, 5 mil famílias possuem 46% da riqueza nacional. Que dizem esses dados se não expressar um aterrador egoísmo? Smith acreditava que o mercado, qual mão invisível, poderia controlar os egoísmos e garantir o bem estar de todos. Pura ilusão.
Smith falhou porque foi reducionista: ficou só no egoísmo. Este existe, mas pode ser limitado, por aquilo que ele omitiu: a cooperação, essencial ao ser humano. Este é fruto da cooperação de seu país. Somente sobrevive dentro de relações de reciprocidade que limitam o egoísmo. É verdade que egoísmo e altruísmo convivem. Mas se o altruísmo não prevalecer, surgem perversões como se nota nas sociedades modernas assentadas na inflação do "eu" e no enfraquecimento da cooperação. Esse egoísmo coletivo faz todos serem inimigos uns dos outros.
Mudar de rumo? Sim, na direção do "nós", da cooperação de todos com todos e na solidariedade universal e não do "eu" que exclui. Se tivermos altruísmo e compaixão não deixaremos que os fracos sejam vítimas da seleção natural. Interferiremos cuidando-os, criando-lhes condições para que vivam e continuem entre nós. Pois cada um é mais que um produtor e um consumidor. É único no universo e é membro da grande família humana.
Isso não é uma questão apenas de política, mas de ética humanitária, feita de solidariedade e de compaixão.

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