quarta-feira, 21 de abril de 2010

BRASILIA 50 ANOS

Brasília foi concebida e construída como solução para uma série de problemas e hoje, apenas 50 anos depois, tornou-se lamentável símbolo das mazelas que deveria sanar.

Em termos morais, sua modernidade não consegue torná-la diferente de São Luiz do Maranhão ou de Macapá. Esta penosa dualidade refletiu-se nas envergonhadas e mirradas rememorações apresentadas pelos jornais e revistas no último fim de semana.

É possível que os meios de comunicação tenham adiado a divulgação do material festivo para o próprio dia 21 de abril, quarta-feira, separando a nostalgia das glórias passadas das duras realidades do presente. De qualquer forma, a efeméride está definitivamente comprometida, ainda mais pelas evidências de que a solução mais correta e definitiva – a intervenção federal – foi descartada para evitar que o escândalo respingasse no governo central.

Clio, a deusa da história, não aprecia os juízos apressados: é caprichosa, surpreendente e impaciente. A última palavra sobre Brasília talvez só venha a ser conhecida quando completar 60, 70 ou100 anos.

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