sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

JULGAR?

A pergunta: o que aprendemos no ano que passou?
Que o mais difícil é aprender a julgar.

Por isso neste período refletimos sobre a nossa relação com os outros, pois é neles que espelhamos nossos desejos e nossos temores, nossas idealizações e nossos preconceitos, nosso egoísmo e nossa solidariedade.

Em cada julgamento que realizamos estamos julgando a pessoa que somos.

Lembramos de que a capacidade de julgamento é o que nos faz humanos, mas também pode nos desumanizar, quando:

Julgamos em forma apreçada, e fomos injustos.
Julgamos sob o efeito da cólera ou do medo, e agimos errado.
Julgamos em forma preconceituosa, e humilhamos.
Julgamos em forma dogmática, e desrespeitamos quem pensa diferente.
Julgamos em função da opinião dos outros e não do que sentimos, e nos tracionamos.
Julgamos a forma e não o conteúdo, e fomos banais.
Julgamos quando o que deveríamos ter feito era só compreender.
E usamos o poder no lugar do dialogo, e oprimimos.
E valorizamos o que não merecia e desvalorizamos o que não devia.
E humilhamos com nosso olhar ou com um comentário, incapazes de sair de nossa forma estreita de ser.

Porque nos propomos mudar nossa forma de julgar.

E sermos mais prudentes e menos afobados.
E sermos mais compreensivos e menos preconceituosos
E sermos mais cautelosos e menos apressados.
E sermos mais curiosos e menos dogmáticos.
E sermos mais generosos e menos egoístas.
Valorizando o essencial e não o supérfluo.
Protegendo nossos interesses sem pisar nos outros.
Levando em conta nossos sentimentos sem perder a noção de justiça.
Superando nossos preconceitos que são uma couraça empobrecedora.
E não permitindo que os medos nos dominem.

De forma que possamos chegar ao fim deste ano tendo julgado menos porque nos conhecemos mais, nos colocando ainda que seja por um instante na pele do outro, acumulado assim menos arrependimentos e mais atos de amor, produzido menos dor e mais satisfação.

Porque queremos ser melhores, vale a pena viver e brindar:

Que vivemos, que existimos, que chegamos, a este momento.


Bernardo Sorj

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