BUSCANDO UM MODELO ECONÔMICO JUSTO.
Quando especialistas disseram que um
espirro na Europa ou nos Estados Unidos respingaria por todo o mundo,
não estavam exagerando. A globalização eliminou tantas barreiras e
encolheu tanto as distâncias que deixou flancos vulneráveis nos quatro
cantos do planeta. E a aproximação, benéfica para ações como de ajuda
social ou de combate a tiranos e ditadores, passou a ser também um canal
por onde situações de dificuldades transitam sem controle, infestando a
tudo e a todos.
A nova crise econômica, gerada por um abalo de confiança com origem na
maior potência do planeta e em desenvolvidos países europeus, demorou
poucas horas para se alastrar - enquanto despencavam as bolsas de
valores de todos os continentes, subiam os patamares de preocupação.
Das bolsas para o restante da economia, independente do país, a
contaminação não demora muito tempo. E o cidadão que se julga imune logo
vai sentir os efeitos - no consumo, no emprego, no bolso...
Uma das questões, agora, é descobrir como evitar que as consequências de
equívocos de um governo recaiam sobre outros países - absolutamente
inocentes. Que culpa tem asiáticos e sul-americanos, por exemplo, pela
incompetência que levou ao colapso financeiro na Grécia? Ou pela
negligência ou irresponsabilidade que elevou a dívida de países como
Itália e Portugal a superar o Produto Interno Bruno local?
É preciso encontrar um modelo de economia mais justo, que não penalize
sempre os mais pobres e que respeite o mínimo de harmonia com a
natureza. Não é tarefa fácil. Mas trata-se de um desafio que tem de ser
enfrentado com urgência. Um bom começo é a recomendação do antropólogo,
sociólogo e filósofo francês Edgar Morin: “Precisamos de uma economia solidária e verde que vença o
lucro.”
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