quinta-feira, 30 de abril de 2015

TELEVISÃO SEM SOM.

Esses dias fizemos uma experiência interessante; eu e alguns amigos experimentamos ficar dez minutos em silêncio diante da televisão com o som desligado. Observamos os rostos, o movimentar-se das pessoas e toda profusão de imagens que a televisão cria. Deveríamos interpretar o que apenas as imagens diziam.
Sem som, tivemos mais tempo de prestar a atenção no fenômeno da imagem. É uma experiência altamente pedagógica, porque acentua-se o sorriso, o olhar, o abraço, a mão na mão, o aconchego, o entusiasmo, o sonho, a ilusão, a lágrima, a ira nos olhos; tudo isso junto à profusão de cores, imagens que se sucedem. Nossos olhos costumam ver mais do que nossos ouvidos ouvem. Vão mais longe. São mais abrangentes. Se vemos mais e se vivemos na era das imagens então é melhor que saibamos interpretá-las e usá-las direito.
Não nos damos conta, mas é pelos nossos olhos que entra a maioria dos valores e das tentações do mundo moderno. Duas horas de televisão sem som por semana seriam ótima experiência educacional para todos nós que, vivendo na era imagem, não percebemos, ainda, seu poder de sedução. Imagens falam, ainda que em silêncio. Os sinais e as placas das estradas não falam. Mas sabemos o que eles dizem! As imagens  não falam, mas dizem muito! Meus textos não falam, mas dizem coisas. Eu é que tenho que saber ler aqueles sinais e aquelas fotos.
O fanatismo ou o feitiço moderno entra pelos olhos, mas a fé também pode entrar. O problema não está nas imagens. Está em quem não sabe usá-las. Aproveite o feriadão do Dia do Trabalho e faça um teste: Apenas uma horinha de televisão sem som e depois me conte o que sentiu. Bom feriado de 1º de maio, a todos nós.

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