O MAIS SÁBIO DOS MESTRES CHAMA-SE "TEMPO".

Quando um novo ano se aproxima, multiplicam-se os videntes revelando o que vai acontecer a cada um de nós e ao mundo nos próximos doze meses. Isso vale para a política, para o futebol, para a economia... Pela lei das probabilidades, pelo menos algumas destas previsões acabarão por acontecer. Mas há uma previsão que jamais será desmentida.
O “tempo”, o mais sábio dos mestres,
tem uma informação privilegiada:
Preciso dar-lhe uma notícia que, talvez, não saiba ou tenha esquecido. Respire fundo e prepare-se. Prefiro ser direto e tenho absoluta certeza do que vou dizer. É uma previsão infalível, sem qualquer margem de dúvida. A notícia é esta: você vai morrer! Pode ser hoje, amanhã, pode ser daqui a quarenta anos, mas, cedo ou tarde, você vai morrer. Mesmo que você não concorde. Mesmo que você tenha outros planos.
É bom pensar o que você vai fazer hoje.
E amanhã. E no resto dos seus dias.
No apagar das luzes, é inevitável debruçar-nos sobre o mistério do tempo. Todos entendemos o que é o tempo, mas temos dificuldade em defini-lo. E, para facilitar, o dividimos em três dimensões: ontem, hoje e amanhã; passado, presente e futuro. Isso no atacado. No varejo, o cortamos em fatias: segundos, minutos, horas, meses, anos...
Cada um de nós julga dispor do seu tempo. Na realidade, o passado não é mais nosso, o futuro é incerto. Nosso mesmo é o momento presente, que desliza veloz para o passado.
Os gregos, o povo mais sábio da antiguidade, dividiam o tempo em duas grandes dimensões: cronos e kairós. Do primeiro termo surgiu a cronologia, a ciência que tenta medir o tempo - dias, horas, eventos. Já o kairós é o tempo de Deus.
Há momentos especiais onde Deus passa pela nossa vida. Um deles é quando termina e começa um novo ano. Dizemos que mais um ano passou. Na realidade, nós é que passamos.
Os romanos, menos sábios, mas mais práticos que os gregos, elevaram o tempo à categoria de divindade, chamada Occasio.
É a ocasião certa, o tempo oportuno. Isso vale para todas as realidades: a hora certa. Nem antes, nem depois. E a hora certa é agora. Se achamos que uma coisa é importante, precisamos assumi-la agora. O que deixamos para depois, não é importante. As famosas resoluções para o Ano Novo, se as levarmos a sério, precisam começar – consulte seu relógio - agora. O tempo de Deus é hoje, descendo ao detalhe: é agora.
E não esqueça a previsão. Não preciso recordá-la. Tenho certeza que não esqueceu e que acredita nela. Nossos sonhos e nossos valores cabem no tempo. O tempo é a moeda com que compramos a eternidade.