sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

DUAS PALAVRAS GREGAS

Mathéin” e “pathéin” são palavras do grego. Fixemos “mathéin” –aprender - e “pathein” - experimentar. É claro que há mais sentidos ocultos nestas duas palavras, mas fiquemos com esses. Entre mathéin e pathéin há um caminho a ser percorrido. O grande filósofo grego Aristóteles dizia que as pessoas iam aos cultos mais para experimentar (pathéin) do que para aprender (mathéin) verdades. Cerca de 2.400 anos depois acontece o mesmo nos templos cristãos, muçulmanos e judeus.
A maioria dos crentes vai experimentar os mistérios. Poucos privilegiam a teologia, o catecismo, o aprendizado. Aprofundam-se no sentir e quase nunca no entender.
A maioria dos pregadores de hoje segue a linha do “pathéin”. Conduzem o fiel para sentir, experimentar, orar em línguas, emocionar-se, pedir curas, abrir os braços, chorar, dançar. Pregam mais o sentir do que o entender, captar, aprender e raciocinar. Desminta-me quem puder. Ligue o rádio e a televisão e verá se a intenção é ensinar a refletir ou a emocionar-se.
Televisão, rádio, congressos e templos estão repletos de “pathéin”. “Sinta e experimente Deus” está mais em voga do que “entenda e compreenda o que a mensagem dizia naqueles tempos e o que nos diz agora”.
Na verdade, a ordem é “confie e beba e não faça perguntas”. Uma boa religião precisa de mais do que isso! Muito mais! Perguntar também é coisa do céu!

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