quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

VEM AÍ A SEGUNDA MAIOR HIDRELÉTRICA DO BRASIL

O Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis] concedeu, nessa semana, a licença ambiental para o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Localizada no Rio Xingu (PA), o empreendimento será a segunda maior hidrelétrica do país, perde apenas para Itaipu. Por trás do projeto da obra, há uma polêmica de 20 anos.

Os ambientalistas e a população indígena local são contra a construção de Belo Monte. Eles alertam para os impactos sócio-ambientais que a hidrelétrica vai trazer para a região.

O leilão deve ocorrer em abril, de acordo com previsão do Ministério de Minas e Energia. O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Erwin Kräutler, lamentou a liberação do Ibama.

"Para nós é uma decisão angustiante. Não houve diálogo de jeito nenhum. O projeto foi imposto, não foram ouvidos em nenhum momento os técnicos e peritos do outro lado [das populações locais]."

O governo disse que vai exigir que o futuro vencedor do leilão dê R$ 1,5 bilhão como contrapartida ambiental.

Segundo o Ibama, cerca de 12 mil famílias serão afetadas, direta ou indiretamente, pela construção da usina. Mesmo acostumados a contar com o Rio Xingu para sua sobrevivência, indígenas, ribeirinhos e moradores do município de Altamira (PA) deverão ser transferidos por causa de Belo Monte, lembrou o presidente do Cimi.

"Essa transferência significa arrancar compulsoriamente esse povo do seu habitat e jogar onde? Até hoje, o governo não deu resposta. Onde vão assentar essas famílias?"

A licença liberada permite realizar o leilão, mas não autoriza o início da obra. Ainda é necessário emitir a licença de instalação.

Maior empreendimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a obra de Belo Monte deverá custar pelo menos R$16 bilhões.

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