sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

TEMPO DE INTOLERÂNCIA

A disputa presidencial que já está nas ruas sinaliza tempos de intolerância à medida em que caminhamos para outubro. Há riscos de espíritos armados e baixo teor de caloria intelectual: o debate político ameaça deixar de ser "debate" e ganha ares de guerra de torcida organizada em briga de galo.

Muita mesmice à venda na praça: multiplicam-se nas ruas, nos espaços do (e)leitor e também entre cronistas expressões catárticas de um fanatismo do tipo seita religiosa – "meu candidato faz mais milagre que o seu", "o milagre que o seu santo fez, só foi possível graças à água benta produzida pelo meu", "seu santo nunca foi santo e deixou isso aqui um inferno"...

Eleição à moda da casa: a "direita que não é direita" disputa contra a "esquerda que não é esquerda", enquanto veículos de comunicação tangenciam (se tanto) uma reflexão sobre o futuro que queremos. Muitos meios jornalísticos estão jogando para o mato os princípios básicos de uma imprensa plural para se tornaram eles também partidos. É legítimo e aconselhável que toda empresa de comunicação tenha e torne pública sua preferência política: para isso serve o editorial. Mais que isso e o meio vira o "jornal da candidatura de fulano".

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