terça-feira, 7 de agosto de 2012

TROCA DE COMANDO

Passaremos, mas é bom que nos demos conta de que transitório não é o mesmo que efêmero. Um termo que deve ser cotidiano na vida do comunicador é a palavra transitoriedade. Nós e as coisas somos transitórios. Passaremos, ninguém é insubstituível. Por isso, devemos entender a transitoriedade da nossa missão. Eu passo. Não devo levar nem trazer pessoas a mim.
Tal conceito evitará a egolatria. Em comunidades de vida é preciso dar espaço a outros. Não é bom apenas um casal por tempo indeterminado na liderança. Nem na administração nem nas comunidades. Haja eleição e os fundadores cedam seu posto a outros. Pena que nem todo mundo seja um Nelson Mandela! Perpetuam-se no poder porque não conseguem imaginar que haja alguém capaz de levar adiante o projeto.
A transitoriedade está bem presente nas Ordens e Congregações. Superiores ficam no cargo 3, 6, no máximo 12 anos. Mas há comunidades de vida onde o casal líder está lá há 30 anos… Falta alguma coisa naquele grupo! E essa coisa é essencial: chama-se alteridade.

EXUBERÂNCIA DA FLORESTA É RECONHECIDA MUNDIALMENTE

As belezas do Brasil, cada vez mais, ganham reconhecimento mundial. A mais recente valorização refere-se à Amazônia, que foi confirmada como uma das Sete Maravilhas da Natureza, assim como as Cataratas do Iguaçu. Lembra-se, porém, que ambas não são exclusivamente brasileiras. A Amazônia estende-se por nove países, e as Cataratas do Iguaçu também avançam sobre a Argentina. Há ainda o Rio de Janeiro, primeira cidade a obter o título de Patrimônio Mundial na categoria Paisagem Cultural Urbana.
Motivos não faltam para o reconhecimento à Amazônia. Em seus 6,9 milhões de quilômetros quadrados, mora metade das espécies terrestres do planeta. Contabilizando apenas árvores, chega-se a pelo menos 5 mil espécies. Os mamíferos passam de 300. Os pássaros somam mais de 1.300 e os insetos alcançam milhões.
No Brasil, o bioma Amazônia cobre 4,2 milhões de quilômetros quadrados, o que representa quase metade do território nacional.
Nos rios amazônicos, 3 mil espécies de peixes nadam por 25 mil quilômetros de águas navegáveis: é a maior bacia hidrográfica do mundo. Às suas margens, vivem em território brasileiro mais de 20 milhões de pessoas, incluindo 220 mil indígenas de 180 etnias distintas. Levando-se em conta toda a bacia amazônica, são 33 milhões de pessoas. A floresta ainda é fundamental no equilíbrio climático global e influencia diretamente o regime de chuvas da América Latina.
Maravilhas à parte, o ritmo de degradação assemelha-se à grandiosidade da Amazônia. Até 1970, o desmatamento não passava de 1% de toda a floresta. De lá para cá, o número saltou para 17% - o índice corresponde a uma área equivalente aos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

ALIMENTO FORTALECE AS DEFESAS DO BEBÊ

Os bebês devem ser alimentados exclusivamente com leite materno até os seis primeiros meses de vida e, em conjunto com outros alimentos, até os dois anos de idade ou mais. Essa é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, após uma série de pesquisas realizadas no Brasil e no mundo que comprovaram que os bebês que mamam no peito desenvolvem melhor e têm menos doenças, já que o alimento materno contém todos os nutrientes que a criança necessita, na quantidade exata. Por isso, ela não precisa de outros alimentos ou bebidas neste período, nem mesmo água.
Para as mães, amamentar também faz bem à saúde, já que o ato ajuda a diminuir o volume do útero, evita a hemorragia no período pós-parto, reduz os riscos de contrair câncer de mama e osteoporose, facilita a recuperação do peso corporal e protege contra anemia, entre outros benefícios físicos e psicológicos, como o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho. Além de alimentar o próprio filho, a mulher pode ainda doar o excesso para um banco de leite e ajudar a alimentar bebês prematuros ou doentes internados em hospitais ou outras crianças cujas mães estão impedidas de amamentar.
“Todas as explicações sobre as vantagens da amamentação já foram exaustivamente expostas e explicadas; mesmo assim, no Brasil, nossa média de aleitamento materno exclusivo é de apenas 54 dias”, declara o pediatra Yechiel Moises.
Na tentativa de promover a prática da amamentação, desde 1992 celebra-se, em 120 países, inclusive no Brasil, a Semana Mundial de Aleitamento Materno, de 1º a 7 de agosto. Este ano, o tema é “Entendendo o passado, planejando o futuro”. A ideia é avaliar tudo o que já foi feito e planejar o que mais pode ser efetivado para ajudar as mães a alimentar mais favoravelmente os lactentes e crianças na primeira infância.
Moises afirma que a introdução da alimentação complementar; como sucos, frutas e papinhas salgadas; deve iniciar apenas após o sexto mês de vida do bebê. Assim, segundo ele, se evitaria a alta incidência de obesidade infantil e alergia alimentar. Entretanto, pesquisas diversas apontam a absurda oferta de biscoitos recheados, lasanha, macarrão instantâneo e outra gama grande de alimentos a crianças menores de um ano.
Outro alerta que o pediatra faz refere-se ao uso do leite de soja, que deve ser evitado até os seis meses; e ao leite de vaca integral, que não deve ser oferecido à criança antes que ela complete um ano. “Se essas orientações não forem seguidas, há riscos hormonais e de obesidade, além do aumento da incidência da alergia alimentar”, diz Moises. “A alergia à proteína do leite de vaca é responsável por 85% dos quadros de alergia alimentar e a soja corre junto com o leite de vaca nessa questão e nos risc
os hormonais”, afirma.

PROTEÇÃO DE FONTES GARANTE ÁGUA POTÁVEL


A maior riqueza da propriedade rural, o olho d’água ou mina, normalmente está exposta à contaminação
A água é a maior riqueza da propriedade rural, mas por ocupar o espaço naturalmente, às vezes não recebe a atenção que precisa. As milhares de nascentes se espalham em meio ao mato, campos e até em cultivos, mas a grande maioria “vive situação de abandono”. Nesse meio, a forma mais comum de obter água para o consumo humano é aproveitando as vertentes superficiais ou por meio de poços tubulares profundos e artesianos.
O grande problema é a contaminação. Ela pode ocorrer na própria fonte, no poço, na caixa d’água, na rede de distribuição e até dentro de casa. A poluição vem de várias maneiras, mas as principais são os agrotóxicos (uso próximo ao olho d’água), circulação de animais, insetos, folhas, galhos, terra, ação do homem etc.
Por isso, a vertente deve ser protegida. “A fonte natural precisa estar, no mínimo, a 15 metros da casa, a 30 m da criação de animais e a 45 do sumidouro (local para onde escoa a água)”, detalham os engenheiros agrônomos Neiva Rech e Paulo Facchin da (Smapa).
Passo a passo - Por conta do programa Saneamento Básico Rural, Caxias do Sul é referência em proteção de fontes no Rio Grande do Sul. A equipe da Smapa vai à propriedade e ensina como fazer a proteção da vertente. O primeiro passo é localizar a fonte. Em seguida, drenar e encontrar o olho d’água e fazer a limpeza, retirando o material indesejável (folhas, terra, raízes...).
Após, escolher o local mais baixo e verificar se o terreno é firme. Fixar um pedaço de cano de PVC de 40 mm junto ao chão. “Ele servirá de dreno para futura limpeza”, ensinam. Segue, a construção de uma mureta com mais ou menos 50 cm. Colocar um pedaço de PVC de 25 mm com perfurações internas de 3 mm. “Esta será a saída de água para o depósito (captação)”, observam os agrônomos.
A altura da mureta dever ser superior a 15 cm. “Colocar outro cano de 40 mm, que servirá de ladrão. Acima, assentar mais uma ou duas fileiras de tijolos e finalizar”, orientam.
De acordo com a equipe da Smapa, o agricultor deve esperar dois dias para secar o cimento. Em seguida, precisa fechar os canos e deixar a fonte encher de água para certificar-se de que não há vazamento. Feito isso, encher o local da vertente com pedras e brita. Na primeira camada colocar pedras maiores.
Já a segunda camada deve receber brita nº 2. Fazer com que a brita fique inclinada em direção à mureta de tijolos. As pedras funcionarão como filtro. Adicionar água sanitária (1 litro para cada 10 litros de água) sobre as pedras para higienizá-las. Após, cobrir a camada de brita com lona plástica de modo que a água da chuva escorra para fora da fonte.
Por fim, cobrir a lona com uma camada de terra e grama. Cercar a área da fonte para evitar o acesso de animais. Recomenda-se o plantio de espécies nativas no entorno da fonte. Caso a propriedade trabalhe com fruticultura, optar por nativas não frutíferas. “O objetivo é evitar problemas com pragas, como a mosca das frutas”, alertam os agrônomos. 


"ELA TE FERIRÁ A CABEÇA E TU LHE FERIRÁS O CALCANHAR?'


Para começo de história, convém dizer que nem todas as frases da Bíblia servem para definir dogmas. “A Bíblia diz isto e basta. Está dito”. Os primeiros onze capítulos do Gênesis são míticos e nunca devem ser lidos como históricos. O referido versículo está dentro da compreensão mítica. Não podemos pensar numa mulher concreta e, menos ainda, numa cobra falante. No relato de Gilgamesh o homem busca a imortalidade numa árvore da vida, mas uma serpente rouba esta árvore, devorando-a. Por isso, a serpente se renova, revive, ao trocar a pele.
Nesta visão mítica a serpente é vista como a inimiga do ser humano. Além do mais, a serpente era uma deusa de Canaã e também símbolo da monarquia, no Egito. Logo, a serpente é símbolo do mal. Ela foi causa da desgraça dos humanos. Ela foi soberba, ocupando o lugar de Deus, pois mandou fazer o que Deus proibiu.
Ela trouxe o mal aos humanos, mas não é vencedora, pois o bem vence. Por isto, a descendência da mulher (humanidade) vai derrotar a serpente, embora ela sempre estará a prejudicar. A soberba serpente vai ter de se arrastar pelo chão, comer o pó. É uma figura do mal que quer ser igual a Deus e por fim só terá seu verdadeiro lugar: a derrota. Arrastar-se pelo chão e comer poeira é símbolo da derrota de quem tinha ambição de ser deus. 

DIAS CONTADOS PARA AS INCANDESCENTES


No último dia 30 de junho iniciou a primeira etapa do processo que proibirá, definitivamente, a produção, importação e comercialização de lâmpadas incandescentes no Brasil. O prazo para a conclusão desse processo é 2016. A eliminação desse tipo de lâmpada representa o fim de uma era. A primeira lâmpada incandescente foi patenteada pelo americano Thomas Edison em 1880, com o mesmo desenho bojudo que apresenta nos dias de hoje. A única mudança significativa foi no seu filamento, o fio interno que emana luz e calor, que era de carbono e atualmente é de tungstênio.
A suspensão do uso de lâmpadas incandescentes é uma medida ligada à sustentabilidade, pois elas gastam muita energia elétrica. Outros países já aboliram ou estão em vias de acabar com a utilização dessas lâmpadas ainda neste ano. A China, responsável por 70% da fabricação das lâmpadas incandescentes no mundo, anunciou que a partir de outubro vai suspender a produção dos modelos iguais ou superiores a 100W, chegando à de 60W em 2014 e à de 15W em 2016.
Estima-se que 350 milhões de incandescentes estejam em uso, hoje, no Brasil, sendo responsáveis pela iluminação de 80% das residências. Com sua extinção, os consumidores deverão migrar para as “lâmpadas verdes”, que incluem as fluorescentes compactas, as halógenas e as lâmpadas LED (light emitting diode), as vedetes do momento, e que deverão representar 50% da iluminação mundial até 2015.
No geral, as “lâmpadas verdes” chegam a economizar até 80% de energia. A iluminação artificial representa 19% do consumo de energia no mundo. A mudança para lâmpadas menos gastonas pode gerar uma economia de US$ 110 bilhões por ano no mundo e em torno de US$ 3 bilhões no Brasil.

FIM DAS CONCESSÓES


Governo notificou às concessionárias o fim dos contratos

O modelo atual de pedágios, implantado há 14 anos, nunca agradou os gaúchos. Agora, o governador Tarso Genro ao assinar, na terça 24, os termos de notificação do final dos contratos de pedágios firmados com o Estado, cumpre promessa de campanha. Em ato que contou com a participação do secretário de Infraestrutura e Logística do RS (Seinfra), Beto Albuquerque, foi reafirmado o compromisso de não renovar os pedágios cujos contratos vencem em 2013 (ver quadro).
Tarso destacou a legalidade do processo. “Este é um ato de respeito à cidadania, feito dentro da legalidade jurídica e respeitando o interesse público”, disse, ao lembrar o apoio da Assembleia, que aprovou dia 13 de junho, a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) para administrar os pedágios comunitários.
O governo trabalha agora para assinar o contrato com a empresa, vencedora da licitação, que apontará os novos modelos de pedágios comunitários a serem implantados no RS. A EGR será responsável pela administração e manutenção das rodovias no RS, a partir do dia seguinte ao término das concessões privadas, com o comprometimento de reduzir tarifas, ampliar o volume de obras e extinguir a praça Caxias-Farroupilha.
Foi ainda acordado com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para que a partir de 2013 a União assuma ce
rca de 1,2 mil quilômetros de malha rodoviária federal que estavam sob controle do Estado e foram entregues à iniciativa privada.

HORTIGRANJEIROS MOTIVAM DEBATE


O 29º Encontro Estadual de Hortigranjeiros ocorre de 8 e 12 de agosto, em Santa Rosa. O público poderá conferir e adquirir produtos provenientes da agricultura familiar. O pavilhão 12 do Parque Municipal de Exposições será o espaço dedicado a esses produtos. 
De acordo com a integrante da comissão Édila Smolarek Camargo, o objetivo é proporcionar aos expositores vitrine para produtos e estimular a troca de experiências entre a produção e a industrialização, visando a melhor qualidade dos produtos.

FIQUE ATENTO O NOSSO FUTURO PASSA PELA ÁGUA

Cobrindo cerca de 71% da superfície da Terra, a água foi símbolo de coisa abundante e barata. Um certo pudor, ainda hoje, nos perturba quando falamos em venda de água. Dizemos que os organismos públicos que nos fornecem água cobram apenas o seu transporte.
Todas as grandes cidades e civilizações do passado surgiram à beira dos grandes rios. Os estrategistas militares bem cedo se deram conta da importância da água. Para vencer o inimigo bastava deixá-lo sem água. Carcassone, a maior fortaleza da Idade Média, foi vencida e arrasada por Luiz IX. A estratégia usada: cortar os dutos que abasteciam a fortaleza militar. Somos prisioneiros dos poços, afirmava Saint Exupéry; não podemos afastar-nos muito deles.
Hoje a água é a grande preocupação dos sete bilhões de habitantes do planeta. A alegação de que a água está diminuindo é falsa. Temos exatamente a água da criação do mundo. Ninguém fabrica água. Pela evaporação e precipitação, ela continua seu ciclo fertilizando a Terra. Elementos novos: desperdício e poluição.
A crise da água atinge cidades e campos. Mesmo assim, nos damos ao luxo de desperdiçar metade da água tratada. Esta a estatística, por exemplo, da cidade do México. Além disso, nos damos ao luxo de utilizá-la mal. Desperdiçamos aquilo que, na teoria, chamamos de precioso líquido.
Na batalha pela água, é necessário mobilizar duas frentes. Os poderes públicos precisam criar e fazer observar leis que protejam a água e o bem comum, em especial em relação aos resíduos tóxicos e às nascentes. Outra parte da obrigação é nossa, é de cada cidadão, de cada habitante da Terra. O muito se faz com o pouco de cada um. Pequenos - ou grandes - poluidores precisamos cuidar da água. Isto significa garantir a vida e garantir o próprio futuro da humanidade.

SUCESSÃO RURAL ENTRA NA AGENDO OFICIAL DO ESTADO



Sucessão a Agricultura Familiar é tema de seminário que será realizado durante a Expointer, que ocorre de 25 de agosto a 2 de setembro, e que tem como objetivo a construção de uma agenda política sobre o tema no RS. O evento está previsto para o dia 30 de agosto, no auditório do Centro Administrativo do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, e vai reunir lideranças e jovens de todo o Estado.
Atualmente, das 442 mil propriedades rurais no Estado, 118.336 (31,3%) não têm sucessor definido. Preocupado com a reprodução social da agricultura familiar, o presidente da Emater/RS, Lino De David, cita a falta de estímulo e a dificuldade de diálogo entre gerações como fatores que desestimulam a permanência dos jovens no campo.
Além disso, o modelo de produção baseado na monocultura, aliado à urbanização e à busca pela independência financeira, atrai os jovens para os centros urbanos. “As mulheres jovens são as primeiras que decidem sair do meio rural”, observa De David, ao destacar o trabalho penoso e, na hierarquia familiar, são as que têm menor poder de decisão, sentindo-se preteridas na sucessão.
Para o presidente da Emater, é preciso reconfigurar as relações de poder dentro da família. Ele também defende a valorização do meio rural como espaço de vida, e não somente de trabalho e negócios. “A diversificação das atividades e a autonomia de decisão por parte dos jovens devem ser fortalecidas ainda na adolescência”, destaca.
Ipê - Para a coordenadora estadual da Fetraf-Sul, Cleonice Back, “é preciso investir na educação no campo, fundamental para manter os jovens na propriedade”. Ela também anunciou a realização do acampamento da juventude rural em Ipê, nos dias 10 e 11 de agosto. “Além do acesso à terra e ao crédito, os jovens querem lazer, cultura e internet”, disse Cleonice.
Além do seminário da Sucessão na Agricultura Familiar na Expointer, está previsto para hoje, dia 1º de agosto, em Herveiras, um Fórum Regional de Juventude Rural, na sede da comunidade Evangélica, e de 21 a 23 de agosto, em Porto Alegre, acontece o Seminário Estadual de Juventude Rural e Políticas Públicas do RS, no Convento dos Capuchinhos.
Para o dia 23 de agosto, as lideranças dos movimentos juvenis devem agendar um encontro com o governador Tarso Genro, que receberá a Carta da Juventude Rural, com indicações de demandas. O documento estará embasado nas propostas temáticas prioritárias, eleitas durante a 2ª Conferência Estadual de Juventude.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A ARTE DOS BONS ENCONTROS



É no encontro com a terra que a semente germina. É no encontro com a água que os peixes multiplicam a vida. É no encontro com a luz que tudo adquire identidade e vigor. É nos bons encontros da vida que garantimos os vínculos de existências saudáveis. A vida é a vasta rede dos mil encontros que vai configurando a própria história pessoal. Viver é encontrar-se e encontrar-se é viver.
No acontecer da vida, um dos componentes mais surpreendentes é o encontro. Cruzamos uns com os outros nos caminhos da vida. Tropeçamos em tantos pés e, no entanto, em raras ocasiões nos encontramos. Existem muitas formas de encontros: há encontros fortuitos, outros evitados, tantos provocados e desejados e tantos rejeitados. Também são diversos os níveis de encontro: físico, amistoso, comercial, familiar, profissional, social, religioso etc. Porém, não é comum, nem fácil, o encontro profundamente humano.
Tantos encontros deixam marcas ruins e lembranças indesejadas, outros são tão superficiais que logo passam ao esquecimento. Há encontros que geram alegria e outros, tristeza. Acontecem encontros que mudam o rumo da história pessoal e se eternizam num amor comprometido. Há encontros que escravizam e outros que libertam. Muitos encontros enriquecem a vida, outros a empobrecem.
A vida é a arte dos bons encontros. Não podemos ignorar que esta arte vem carregada de responsabilidade. A pessoa não é um terreno de invasões. Nem Deus invade e nem arromba a porta da liberdade de seus filhos para provocar encontros. Pela imensa sacralidade de cada pessoa, todo o encontro precisa ser precedido por um imenso respeito e cuidado.
A arte dos bons encontros não é comum. Em todos os dias manejamos coisas, tratamos com pessoas e nos enfrentamos com muitos acontecimentos vitais. Porém, para que aconteça um bom e verdadeiro encontro temos que nascer sempre de novo, nos despojar dos preconceitos, nos libertar dos mecanismos de defesa e nos abrir para uma comunicação solidária e amorosa.
Para que aconteça um bom encontro necessitamos desalojar de nosso coração todas as resistências e obscuridades que impedem a transparência e a comunicação. Como em tudo o que faz parte da gratuidade do amor, a iniciativa do bom encontro é sempre de cada um de nós. Aqui vale o empenho da confiança para podermos ser acolhedores de quem vem ao nosso encontro. Confiança não é louca ingenuidade, mas confiança prudente de quem sabe a arte do necessário cuidado.
A sagrada experiência humana dos bons encontros não se improvisa. Encontros que geram amizade, mútua ajuda e comunhão de destino precisam ensaiar um caminho de aprofundamento, gradual e progressivo de conhecimento, confiança e corresponsabilidade. Um antigo filósofo dizia que “só seremos amigos verdadeiros, depois que comermos juntos um alqueire de sal”. Com isso confirmava que os bons encontros garantem a durabilidade, na medida de sua alegre seriedade.