sábado, 8 de julho de 2017

SOBRE DUAS RODAS

Em todos os lugares cresce o número de ciclistas. Sozinhos ou em grupos, com ou sem uma associação formal, eles estão presentes em diferentes cenários, pedalando, equilibrados sobre duas rodas. A bicicleta está de aniversário: recentemente completou 200 anos de existência. Foi inventada pelo alemão Karl Drais e tornou-se um meio de transporte utilizado no mundo inteiro.

O francês Claude Reynaud mantém um museu, perto de Avignon, onde estão peças de destaque de bicicletas antigas e os vários livros que escreveu sobre o assunto. Foi em 12 de junho 1817 que, pela primeira vez, um homem montou em um invento de duas rodas e saiu em rota na região de Manheim, na Alemanha. É uma invenção aparentemente fácil, mas alguém teve que criar. A França foi a responsável pela popularização da bicicleta. O seu êxito exponencial se deu a partir de 1890, quando do surgimento do pneu.

Na infância praticamente todos acalentam o sonho de ter uma bicicleta. Sou do tempo que não havia a ‘bici’ para crianças. Aprendi a andar numa bicicleta de adultos. Incontáveis foram os tombos até alcançar a façanha de equilibrar-se sobre duas rodas. Um aprendizado que deixou marcas: joelhos esfolados, batidas que escureciam a pele e provocam algumas dores.

Quando a correia caia, as mãos ficavam cheias de graxa. Hoje as bicicletas atendem as diferentes idades e estão cada vez mais sofisticadas. Há até indumentária própria para homens e mulheres que utilizam na prática do referido esporte. É maravilhoso perceber que famílias inteiras se organizam para andar de bicicleta. Os amigos se encontram, grupos são formados e associações são registradas. A bicicleta não deixa de ser o sucesso do momento, apesar do pouco espaço e do desrespeito de alguns condutores de outros meios de transporte.

A condição para desenvolver a habilidade de pedalar é o equilíbrio. Somente quem sabe equilibrar-se poderá rodar quilômetros e quilômetros, inclusive ultrapassando limites geográficos. Na vida não é diferente. Pessoas equilibradas conseguem marcar presença em todos os espaços de convivência. O equilíbrio é alcançado a partir de insistente treino, isto é, entre tentativas de acertos e erros.

Para aprender a ficar de pé, muitas vezes, é necessário aceitar alguns tombos. O equilíbrio é uma conquista, uma assimilação, uma harmonia entre a razão, a emoção e o físico. Muitas pessoas deveriam andar mais de bicicleta, para poder conviver melhor, dentro e fora de casa. Não importa a quantidade de tombos, mas o significado do aprendizado, assimilado após cada queda. Toda vez que vejo alguém andando de bicicleta recordo a grandiosidade do equilíbrio, para além de duas rodas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário