segunda-feira, 24 de abril de 2017

SEM COMENTÁRIOS A VIDA NÃO TEM GRAÇA.

A mente move o ser humano. Bons pensamentos são o alimento das pessoas. Ocupar-se da atividade de pensar é uma nobre profissão. A história do cristianismo, além de ser um depósito da fé, é um acumulado conhecimento à luz da revelação de Deus, o onisciente. Então, provocar a reflexão é uma ocupação imprescindível para o bem da humanidade.

O homem é um ser pensante. Por pensamentos manifesta sentimentos, sistematiza doutrinas, ideologias e reinventa ideias. Santo Agostinho, em sua atividade de sistematizar o pensamento cristão, explicou: "Por que, portanto, está ordenado na mente que ela deve conhecer a si própria? Suponho que para que possa considerar-se e viver de acordo com sua natureza; ou seja, buscar ser regulada de acordo com sua própria natureza, sob Ele a quem ela deve se sujeitar, sobre as coisas a que ela deve ser preferida; sob Ele por quem ela deve ser governada, sobre as coisas que ela deve governar. Pois ela realiza muitas coisas através de feroz desejo como se se esquecesse de si própria. Pois ela vê algumas coisas como intrinsecamente excelente na natureza mais excelente que é Deus: e quando deveria permanecer firme para que possa desfrutá-las, se volta contra Ele desejando se apoderar destas coisas para si; e não para ser como Ele por Sua graça, mas para ser o que Ele é por si só, e ela começa a se mover e escorregar gradualmente para cada vez menos e menos quando acredita ser mais e mais". A verdadeira atividade do pensamento cristão é ocupar-se no entendimento da natureza humana, esta compreendida à luz da verdadeira sabedoria dada por Deus.

A discussão de questões relacionadas à realidade e à vida não é papel somente das escolas e universidades, dos fóruns e seminários. Todo espaço é oportunidade de reflexão e de debate. Basta andar em estradas e é comum encontrar pensamentos em para-choques de caminhões. São pensamentos divertidos, românticos, religiosos e também de reflexão, como por exemplo: “Se um dia for falar mal de mim, me chame. Sei de coisas terríveis sobre mim”; “Tudo que você usa já esteve em um caminhão”; “Pobre é igual disco de embreagem: quanto mais trabalha mais liso fica”; “Não é pressa, é saudade”. Em todos há verdade. Em sua maioria são pensamentos identificados com a vida das pessoas, com as condições de trabalho, da profissão. De certa forma, os para-choques são um painel do mundo inteligível, um meio de provocar reflexão.

Aristóteles, o grande filósofo, diz que as ideias surgem das coisas, da experiência sensível, do mundo dos fenômenos contingentes. Visto dessa maneira, os escritos em para-choques podem ser interpretados como provocações filosóficas, políticas, morais, até de um realismo da vida daqueles que aprendem e ensinam pelas estradas. Então, que os sábios das estradas divulguem ideias em prol de um país mais justo para todos os cidadãos e continuem trazendo provocações, diversões e risadas, pois como diz a frase, “A vida não tem graça sem comentários”.

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