quarta-feira, 12 de abril de 2017

PARA UMA REFLEXÃO: O SOFRIMENTO.

Já se tentou definir o homem de várias formas. “O homem é um animal racional” (Aristóteles). “O homem é um caniço pensante” (Pascal). “O homem é um ser cuja existência precede a essência” (Heidegger). “O homem é uma paixão inútil” (Sartre). “O homem é uma ponte entre o macaco e o super-homem” (Nietzsche). A lista é longa. Eu acrescentaria mais uma: O homem é um ser que sofre.

O humano é aquele e aquilo que sofre. Um ser humano sem sofrimento não é um humano, é uma máquina. Um homem sem sofrimento é um homem sem história, sem memórias. Sofrer é ser afetado no corpo e tudo o que afeta o corpo e cria fendas no corpo, alarga a alma. As fendas e feridas no corpo alargam a alma, nos habilitando a lidar melhor e nos tornar mais amadurecidos com o mundo. Aquilo que sofremos é o que nos faz melhores e mais fortes. Se não sofremos no estudo, é porque somos displicentes. Se não sofremos no trabalho, é porque somos preguiçosos. Se não sofremos nas relações afetivas, é porque pouco amamos. Somos verdadeiramente o que nos afeta, o que sofremos. O mundo das facilidades é o mundo da superficialidade e do passageiro.

Não estou dizendo que devemos procurar o sofrimento. Não, não devemos procurar o sofrimento e não precisa procurar, ele vem sem pedir licença. Mas também não é aconselhável simplesmente fugir de tudo o que causa sofrimento. Até porque, se fugirmos, ele nos alcançará, pois, na fuga, levaremos junto o corpo, a morada dos prazeres, mas também dos sofrimentos.

A sociedade atual está nos tornando a todos um tanto quanto infantis. Fugimos do sofrimento como o diabo foge da cruz. Todos nos dizem para sermos alegres e felizes, como se fosse uma obrigação, e para isso nos ensinam a evitar o sofrimento. A sociedade do espetáculo, do virtual e do consumo, lida mal com o sofrimento e com o tempo necessário para que o sofrimento se transforme em libertação e em ressurreição. Sofrer e se deixar afetar, dando o tempo necessário para que o sofrimento faça seu percurso e se liberte de nós, nos libertando junto, é altamente saudável. Doentia é a cultura do medicamento e da obrigação de ser alegre a qualquer custo. Doentia e infantil é a sociedade que mascara, esconde, evita e não curte o sofrimento. É isso, é preciso curtir o sofrimento, já que o curtir está na moda...

Estamos na semana da Páscoa. Semana que celebra a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Jesus sofreu intensamente, tanto quanto amou intensamente. Não é justo dizer que a cruz e o sofrimento, ou o sangue jorrado dele na cruz, é o que nos salva. O que nos salva verdadeiramente é o amor que suporta a cruz e o sofrimento até o fim. Viver é isso, um kit completo de vida, paixão, morte e ressurreição. Não dá para criar atalhos para a ressurreição...!Já se tentou definir o homem de várias formas. “O homem é um animal racional” (Aristóteles). “O homem é um caniço pensante” (Pascal). “O homem é um ser cuja existência precede a essência” (Heidegger). “O homem é uma paixão inútil” (Sartre). “O homem é uma ponte entre o macaco e o super-homem” (Nietzsche). A lista é longa. Eu acrescentaria mais uma: O homem é um ser que sofre.

O humano é aquele e aquilo que sofre. Um ser humano sem sofrimento não é um humano, é uma máquina. Um homem sem sofrimento é um homem sem história, sem memórias. Sofrer é ser afetado no corpo e tudo o que afeta o corpo e cria fendas no corpo, alarga a alma. As fendas e feridas no corpo alargam a alma, nos habilitando a lidar melhor e nos tornar mais amadurecidos com o mundo. Aquilo que sofremos é o que nos faz melhores e mais fortes. Se não sofremos no estudo, é porque somos displicentes. Se não sofremos no trabalho, é porque somos preguiçosos. Se não sofremos nas relações afetivas, é porque pouco amamos. Somos verdadeiramente o que nos afeta, o que sofremos. O mundo das facilidades é o mundo da superficialidade e do passageiro.

Não estou dizendo que devemos procurar o sofrimento. Não, não devemos procurar o sofrimento e não precisa procurar, ele vem sem pedir licença. Mas também não é aconselhável simplesmente fugir de tudo o que causa sofrimento. Até porque, se fugirmos, ele nos alcançará, pois, na fuga, levaremos junto o corpo, a morada dos prazeres, mas também dos sofrimentos.

A sociedade atual está nos tornando a todos um tanto quanto infantis. Fugimos do sofrimento como o diabo foge da cruz. Todos nos dizem para sermos alegres e felizes, como se fosse uma obrigação, e para isso nos ensinam a evitar o sofrimento. A sociedade do espetáculo, do virtual e do consumo, lida mal com o sofrimento e com o tempo necessário para que o sofrimento se transforme em libertação e em ressurreição. Sofrer e se deixar afetar, dando o tempo necessário para que o sofrimento faça seu percurso e se liberte de nós, nos libertando junto, é altamente saudável. Doentia é a cultura do medicamento e da obrigação de ser alegre a qualquer custo. Doentia e infantil é a sociedade que mascara, esconde, evita e não curte o sofrimento. É isso, é preciso curtir o sofrimento, já que o curtir está na moda...

Estamos na semana da Páscoa. Semana que celebra a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Jesus sofreu intensamente, tanto quanto amou intensamente. Não é justo dizer que a cruz e o sofrimento, ou o sangue jorrado dele na cruz, é o que nos salva. O que nos salva verdadeiramente é o amor que suporta a cruz e o sofrimento até o fim. Viver é isso, um kit completo de vida, paixão, morte e ressurreição. Não dá para criar atalhos para a ressurreição...!

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