sábado, 22 de novembro de 2014

NOSSO COMPROMISSO NÃO É COM A VITÓRIA, MAS COM A LUTA.

O mundo vivia os dias sombrios do Holocausto. Em nome da primazia da raça ariana, Hitler e o nazismo pregavam o extermínio dos judeus. A atriz Ruby Dee narra a epopeia de um grupo de judeus em fuga, buscando a fronteira onde poderiam ter segurança. Formado por cerca de 60 pessoas – homens, mulheres e crianças - todas da mesma aldeia, os fugitivos eram obrigados a enfrentar a floresta, comendo o que podiam, viajando sobretudo à noite, para não caírem nas mãos dos nazistas. Alguns morreram pelo caminho.
Depois de semanas de fuga, um idoso, falando em seu nome e em nome de outros idosos, declarou: somos um estorvo, continuem sem nós, assim é possível que vocês sejam salvos. A resposta foi imediata: “As mães precisam descansar de vez em quando. Portanto, em vez de ficarem aí sentados e morrerem, por favor, peguem as crianças e andem até onde puderem”. Um novo espírito motivou o grupo. Os idosos pegaram as crianças e começaram a andar e andaram até onde puderam. Até a segurança além das fronteiras. Eles haviam descoberto uma razão para viver.
Fato semelhante é narrado pelo escritor francês Antoine Saint Exupéry. Seu avião espatifou-se entre as catedrais de gelo dos Andes. Sua primeira intenção: deixar que o frio e o gelo colocassem um ponto final em seu sofrimento. Mas ele refletiu: meus restos mortais jamais serão encontrados no fundo das geleiras e minha esposa não receberá o seguro. Se ela pensa que estou vivo, tem certeza que estou caminhando. Saint Exupéry deu o primeiro passo. Depois caminhou três dias e três noites, galgando a montanha. Quando ninguém mais acreditava, o milagre aconteceu e ele foi salvo. O segredo foi ter dado o primeiro passo. Isto lembra a afirmação de Jean Cocteau: ele não sabia que era impossível. Foi lá e fez.
Na realidade, ignoramos nossas possibilidades. Nossos limites ainda não foram testados. Nas Olimpíadas são estabelecidos recordes, considerados quase impossíveis de serem superados. Isso não impede que sejam superados. E continuarão sendo superados, desde que acreditemos nisso e descubramos uma boa razão para tentar.
A vida é um dom divino, um dom maravilhoso que nos convida à superação. “Sim, nós podemos” foi a legendária motivação de Obama. A vida é uma só. Cada gesto é irrepetível e por isso merece toda a intensidade. O genial Charles Chaplin escreveu: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”.
Isto não significa que podemos realizar todos os sonhos. Isso não está ao nosso alcance. Ao nosso alcance está a capacidade de lutar. Nosso compromisso não é com a vitória, mas com a luta. Este é o limite que Deus nos pede.

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